O grupo foi criado em 2008, sendo hoje composto por “à volta de oito” elementos, um número ajustável aos concertos que fazem, explicou à Lusa Jonathan Saldanha, que classificou o conjunto como “uma forma de ensemble desproporcional, segundo os padrões de agora, de 70% percussão”, sendo o resto sopros e manipulação.
Depois de inúmeras atuações em eventos como o Sónar Coruña ou o Primavera Sound, de digressões internacionais que os levaram a capitais como Paris, Bruxelas e Berlim, e da participação numa compilação da revista britânica Wire, o grupo lança agora o primeiro registo pela SILO com distribuição da CARGO, no que se pretendia que fosse “uma espécie de eco daquilo que foi gerado ao vivo”.
“Sinto que o disco é uma espécie de eco e fim de ciclo dos últimos anos de concertos, porque aquilo que já estamos a tocar ao vivo e as intenções que temos já vão para outros caminhos”, afirmou Jonathan Saldanha.
Os HHY & The Macumbas resultam de “10 anos de experimentação” com a plataforma de artistas SOOPA, também ela sediada no Porto, que permitiram “criar um núcleo de pessoas superatentas e superespertas”, refere aquele elemento do conjunto.
“Construí já uma série de arquiteturas rítmicas que me pareciam que poderiam ter algum tipo de eco com um ensemble e nessa altura fazia essas construções rítmicas num interesse muito profundo que tinha - e que tenho - no vodu. Ritmos cerimoniais, de alguma forma uma pulsação que pode suster o tempo, mantê-lo preso”, explicou Jonathan Saldanha.
Nesse contexto, havia ainda o cruzamento de várias referências como “música de filmes de série Z, filmes de terror”, que tinham uma “componente muito objetiva”, de onde surgiu a ideia de levar a concertos todas as influências em causa.
Jonathan Saldanha diz que o coletivo deverá levar a cabo vários concertos na sequência do álbum, incluindo uma digressão no estrangeiro, mas ainda sem data.
@Lusa
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