“Fechámos um ciclo das cinco edições - desde 2006 - com o objetivo de inserir o discurso e a música portuguesa na programação nacional e na criação de público. A tarefa foi cumprida. Seria pertinente ter uma presença mais continuada”, explicou.
O Bons Sons, que decorrerá de 13 a 16 de agosto, é um festival – até aqui bienal - que mobiliza praticamente toda a aldeia, habitantes e estruturas, acolhendo concertos em palcos espalhados pela povoação e outras iniciativas culturais.
Promovido pela associação cultural Sport Club Operário de Cem Soldos, o Bons Sons contou em 2014 com cerca de 38.000 espetadores e um saldo financeiro positivo.
Sobre a mudança do festival, Luís Ferreira justificou que o Bons Sons é “bom para a aldeia e para a região”, no sentido turístico e económico, mas contará com menos concertos.
“Há dois dogmas que não vão ser alterados: Ser um cartaz de música portuguesa, que tenta apanhar os consagrados e os projetos de revelação e também os de raiz mais tradicional e os mais inovadores”, afirmou, referindo que haverá menos concertos, mas serão reforçadas as parcerias noutras áreas artísticas, como cinema e artes visuais.
“Um projeto passado dez anos já não é o mesmo. Já não existe esse risco de nos estarmos a repetir ou ter uma programação demasiado confortável (...) Mas não vamos repetir programação, porque é-nos fácil”, disse.
O orçamento para 2015 mantém-se inalterado, com 400.000 euros baseados nas receitas próprias, mas com a periodicidade anual, a organização quer tornar o Bons Sons num “projeto mais interesse para as marcas”.
Nas cinco edições realizadas até agora, o Bons Sons acolheu concertos de artistas como Deolinda, Brigada Victor Jara, Sérgio Godinho, Ricardo Ribeiro, Amélia Muge, Dead Combo, Linda Martini, Legendary Tigerman, noiserv, Samuel Úria, António Zambujo, Capicua e Gisela João.
@Lusa
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