A condecoração vai ser atribuída numa cerimónia na próxima sexta-feira, no Hôtel de Ville de Paris, horas antes do início do festival de música lusófona FOLISBOA, que decorre de 26 a 28 de junho na capital francesa e no qual Carlos do Carmo vai atuar no último dia.

"É a mais alta distinção em termos de medalhas da Câmara [Municipal de Paris]. O Carlos do Carmo é, de facto, um parisiense. Para ele a cidade do coração é Lisboa - não fosse ele essa imagem, essa voz e esse rosto de Lisboa - mas ele admite que Paris é a segunda cidade, a cidade de dezenas de viagens e de centenas de encontros. Ele tem realmente um amor a esta cidade. Eu penso que ele conhece melhor Paris do que muitos de nós que vivemos cá", explicou Hermano Sanches Ruivo.

Contactado pela Lusa, por telefone, Carlos do Carmo disse ter recebido a notícia com "muita felicidade e muita surpresa", lembrando que já vai a Paris desde 1967 e que a cidade se tornou "indispensável" como uma "respiração".

"A minha mulher e eu adoramos Paris. Lisboa é a nossa cidade, obviamente, é a cidade do coração, é a minha cidade que eu canto a vida inteira. Mas, curiosamente, a cidade que nós mais gostamos fora de Portugal é Paris. É uma sensação maravilhosa", afirmou.

Hermano Sanches Ruivo sublinhou que "Paris é uma cidade também do fado" graças aos portugueses que trouxeram esta música "nas malas", lembrando que a Câmara de Paris apoiou a candidatura do Fado a Património Imaterial da UNESCO e que "o fado está a ser descoberto ou redescoberto em França".

"Bastam os 50 anos [de carreira], basta esse novo concerto aqui em Paris e basta essa ligação ao fado do qual ele é, sem dúvida nenhuma, um dos rostos, uma das vozes, uma das almas. Fica bem a uma cidade de cultura, a uma cidade internacional que abrigou - por várias razões e há muito tempo - esses portugueses, fazer do Carlos do Carmo, um dos cidadãos [de Paris]", justificou o vereador franco-português, quando questionado sobre as razões da atribuição do galardão ao fadista.

Para a coordenadora geral e artística do festival FOLISBOA, Chloé Siganos, "é uma honra não só o facto de França condecorar Carlos do Carmo mas também o facto de honrar toda a cultura portuguesa e lusófona por este meio".

A "Grande Médaille de Vermeil" já foi atribuída ao cineasta português Manoel de Oliveira, em 2001, à cantora Mísia, em 2004, e a Mário Soares, em 2013.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, vai estar presente na cerimónia de atribuição da medalha ao fadista.

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