A abertura do festival está marcada para as 18:30 de terça-feira no Instituto Cervantes com a Aula Enrique Morente, na qual o escritor e produtor musical José Manuel Gamboa falará de Morente “como o primeiro adaptador da poesia culta ao flamenco”, disse à Lusa Francisco Carvajal, diretor artístico do Festival.

O programa segue na quarta-feira com Carmen Linares que se “apresentará na sua grande arte” na quarta-feira às 21:00 no grande auditório do Centro Cultural de Belém (CCB).

Carmen Linares atuou já numa anterior edição do festival, no Teatro de S. Carlos, mas segundo Carvajal, “nessa altura surgiu num grupo e agora é um palco inteiro para a sua arte maior”. “Carmen Linares é a principal referência feminina do flamenco, para nós corresponde ao que a Amália Rodrigues é para os portugueses”, disse.

Carmen Linares, 61 anos, natural da província andaluza de Jaen, atuou o ano passado nos Dias da Música, também no CCB, e apresenta agora o seu mais recente disco, Remembranzas”, no qual canta poetas como Juan Ramón Jiménez, Federico García Lorca, Miguel Hernández e José Luis Ortiz Nuevo.

A cantora é acompanhada por Salvador Gutiérrez e Eduardo Pacheco (guitarra), Pablo Suárez (piano) e Ana María González e Rosario Amador (coros e palmas).

O workshop de guitarra flamenca por Marco Alonso acontece na quinta-feira de manhã, também no CCB, e às 19:00, neste mesmo espaço, seis especialistas debatem “Fado e Flamenco - Patrimónios Imateriais da Humanidade”. “Trata-se de uma mesa redonda de pessoas da área, que investigam, e que vão procurar as afinidades e as diferentes entre os dois géneros musicais”, disse Carvajal.

Às 20:00 no Hotel Altis, realiza-se um “jantar flamenco” com atuação da Escola Flamenca. A homenagem a Carmen Amaya é realizada através de “uma escola de Barcelona que segue os ensinamentos dessa que foi a maior ‘bailaora’ de sempre, nascida há 100 anos”.

“El tablao de Carmen” sobe ao palco do pequeno auditório do CCB na sexta-feira às 21:00 com o bailarino Manuel Jimenez, “Bartolo”, que é também o diretor artístico, e ainda as bailarinas Manuela Ríos e Lucía Alvarez, “La Piñona”, e o bailarino Miguel Fernandez,“Yiyo”. O espetáculo conta ainda com a participação do guitarrista sevilhano Raúl, “El Perla”, e com o “cantaor” catalão Juan Fernandez, “Juaneke”. Francisco Carvajal disse que este “tablao” recria um ambiente flamenco “seguindo a mais autêntica tradição”.

“A Carmen Amaya, devemos uma revolução no baile flamenco, continuando hoje a ser uma referência e a inspirar as sucessivas gerações de ‘bailaores’”, realçou Carvajal.

O Festival Flamenco de Lisboa tem um orçamento de 43.000 mil euros, e conta com uma participação de 2.000 euros da Conselharia de Cultura do Governo Autónomo da Extremadura, disse Carvajal.

O Festival Flamenco realizar-se-á também este ano no Porto, estando prevista a apresentação da programação no dia 5 de julho, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, durante um concerto de “Cante Jondo” por Pedro Cintas e Juan Manuel Moreno.

@Lusa