A opinião de Bowie foi revelada pela viúva de Reed, no âmbito da introdução do músico no Rock and Roll Hall of Fame, realizada no fim de semana passado, para surpresa dos críticos e fãs dos dois projetos, que, aquando da edição do álbum, em 2011, não hesitaram em mostrar o seu descontentamento com a obra.

“Um dos últimos projetos do Lou foi o seu álbum com os Metallica. E isso foi, realmente, um desafio, e foi difícil para mim. E, depois da morte do Lou, o David Bowie fez questão de me dizer: ‘Ouve, este é o melhor trabalho do Lou. Esta é a sua obra-prima. Limita-te a esperar, vai ser como a [trilogia] ‘Berlin’. Vai demorar um pouco até o compreenderem’”, revelou Laurie Anderson, que acrescentou: “Tenho estado a ler as letras e é tão feroz. É escrito por um homem que compreendia o medo e a raiva, o veneno e o terror, a vingança e o amor”.O autor

“É fantástico estar aqui em Cleveland, e o Lou teria adorado isto. O Lou estava genuinamente orgulhoso do que tinha feito e conseguia, na verdade, apreciar o seu próprio trabalho. E, hoje, ele estaria imensamente orgulhoso de ser uma parte disto”, referiu ainda.

Lou Reed foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame por Patti Smith, que já havia introduzido os Velvet Underground em 1996, e que no sábado recordou como conheceu o músico e alguns momentos-chave da sua amizade.

“Fiz o meu primeiro contacto visual com o Lou, a dançar ao som dos Velvet Underground, quando eles estavam a tocar no Max, em Kansas City, no verão de 1970. E depois, algures pelo caminho, o Lou e eu tornámo-nos amigos. Era uma amizade complexa, por vezes antagónica e outras vezes doce. Se eu fazia algo bem, ele elogiava-me. Se eu fazia um movimento em falso, ele acabava com isso”, afirmou Smith.

Karen O, dos Yeah Yeah Yeahs, Beck e Nate Ruess foram alguns dos artistas influenciados por Lou Reed que interpretatram os seus temas na cerimónia, que também viu induzidos nomes como Joan Jett, Ringo Starr ou os Green Day, entre outros.