"É a primeira vez que qualquer um de nós vai a Macau, à China e ao Oriente e estamos muito entusiasmados com o concerto, a viagem, com o que vamos ver e com o que vamos ouvir", afirmou a vocalista Ana Bacalhau, em declarações à agência Lusa, contactada por telefone a partir de Macau, realçando que as expetativas para o espetáculo "são as melhores".

"Daquilo que ouço dos colegas que já aí foram, as expetativas, de facto, são as melhores: público atento, que gosta de ouvir a música, que está, de alguma forma, inteirado das nossas tradições musicais", realçou, frisando que o "entusiasmo" reside precisamente em saber a reação do público à proposta de música que os Deolinda apresentam porque é também "muito personalizada".

A "oportunidade" de atuarem em Macau "já se tinha proporcionado antes", contudo, como recordou Ana Bacalhau, "questões de agenda" impossibilitaram um espetáculo no território, que viveu durante mais de 400 anos sob administração portuguesa.

Os Deolinda chegam agora a Macau pelas mãos da Casa de Portugal e da Fundação Oriente para uma atuação que terá o Centro Cultural como palco.

Apesar do concerto único a Oriente, Ana Bacalhau não esconde o gosto por novos desafios: "Sem dúvida que é uma ambição nossa conseguirmos andar um bocadinho pela China a tocar". De acordo com a vocalista dos Deolinda, o concerto do próximo dia 18 "está equilibrado a nível de alinhamento". "O que pretendemos com o concerto é mesmo a experiência de concerto, em que vamos passando por todos os registos que os Deolinda apresentaram nos dois álbuns, desde o registo mais calmo, mais introspetivo até ao registo mais popular, mais alegre e mexido", explicou a voz feminina da banda.

No Centro Cultural de Macau, com uma capacidade para 800 pessoas, o grupo promete "dar tudo aquilo que tem em palco". "Acima de tudo pretendemos, de facto, estabelecer uma relação, uma conexão com quem nos está a ouvir porque isso é essencial para que os nossos concertos resultem bem, para que o público também se envolva?", realçou.

E no caso a língua não tem de ser uma barreira: "Em todos os países onde vamos tocar há sempre uma grande parte do público que não percebe o português, o que estamos a cantar mas, de alguma forma, a música chama o público para dentro dela e acabamos os concertos com toda a gente ou a dançar, a bater palmas, ou a cantar connosco mesmo sem saber o português?"

"Temos muitas influências, de todos os lados, e de alguma forma essas influências acabam por falar a todas as pessoas que nos veem ver sejam elas mais ou menos conhecedoras da cultura e da música portuguesa", disse.

Influenciada pelo fado e inspirada nos sons e universo da música tradicional portuguesa, a banda de Ana Bacalhau, Pedro da Silva Martins, Luís José Martins e Zé Pedro Leitão tem até à data dois álbuns editados - "Canção ao Lado" (2008) e "Dois Selos e Um Carimbo" (2010). Um futuro terceiro álbum deve ser apresentado em 2013, adiantou Ana Bacalhau.

“Em 2012, vamos trabalhando no novo material à medida que o Pedro nos vai trazendo novas composições e este ano vai ser basicamente dedicado a concertos, a tocar ao vivo, a tocar em territórios onde nunca tínhamos tocado precisamente e a espalhar mais a nossa palavra, a nossa música, a nossa proposta musical", adiantou.

@Lusa