![Deolinda lançam hoje edição conjunta CD/DVD com documentário](/assets/img/blank.png)
«A ideia do documentário foi mostrar às pessoas a preparação de um concerto, como é que é um dia de concerto, mostrar os bastidores, o que se passa antes de se subir a um palco», explicou à agência Lusa o contrabaixista do grupo, José Pedro Leitão.
O músico referiu que o filme «foi um convite que a Deolinda fez ao Gonçalo [Tocha], para ele dar a sua visão do concerto no Coliseu».
Por outro lado, «o Gonçalo é um companheiro dos Lupanar [antiga banda de José Pedro Leitão e Ana Bacalhau] e filmou o primeiro concerto da Deolinda, em junho de 2006, no Cefalópode, em Lisboa, que era um bar que já fechou».
«Nessa altura éramos só nós e os nossos amigos», recordou José Pedro Leitão.
Desde então «a Deolinda evoluiu muito em termos artísticos e musicais, e cenicamente conseguimos criar coisas mais arrojadas, até porque o João Fazenda [ilustrador da banda] estava ainda a desenvolver a boneca Deolinda».
Fazendo uma retrospetiva dos cinco anos da banda, com várias atuações no estrangeiro, a mais recente em Goa (Índia), José Pedro Leitão exclamou: «Tem sido uma aventura!».
Nos coliseus, primeiro no Porto a 22 e 23 de janeiro, depois em Lisboa a 28 e 29 desse mês, o grupo apresentou em estreia a canção «Parva que sou», que se tornou um êxito que surpreendeu a banda.
«Tínhamos noção que o conteúdo da letra era muito atual, não tínhamos noção que, logo no Porto, as pessoas iam aplaudir quase verso a verso e no final iam aplaudir uma canção que nunca tinham ouvido», recordou.
A canção, que fala sobre a precariedade, sobre as condições de trabalho de uma geração, surgiu de «um lote» que a banda tinha e antes de a levarem ao palco deram-na a ouvir «a amigos, familiares».
«Quando ouviram começaram logo a dizer que a letra tinha a ver com eles, ou era tal e qual alguém que conheciam, mas depois teve a opinião pública que foi da mais variada», disse. «Infelizmente hoje em dia faz ainda mais sentido, o que é mais triste para nós», referiu.
«A Deolinda desde o início sempre teve uma opinião social e foi uma cidadã preocupada, aliás como nós os quatro somos» realçou o músico que referiu canções da banda como «A problemática colocação de um mastro» ou «Movimento perpétuo associativo».
O DVD regista o concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e inclui ainda o filme «Deolinda Coliseus», do realizador Gonçalo Tocha, que, «juntamente com as fotos» de Rita Carmo, enquadra o que foram aqueles dias de concertos.
O DVD inclui ainda o duplo CD com as cerca de duas horas de atuação.
O grupo atuará em Lisboa no dia 26 de novembro na Gala Amália, na Voz do Operário, em Lisboa, durante a qual receberá o Prémio Amália Música Popular, e em dezembro voa até Nova Iorque e depois França.
@Lusa
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