A 13ª edição do festival decorrerá em dois fins-de-semana de Julho (22 a 24 e 27 a 30) e o cartaz hoje apresentado dá conta de escolhas que pretendem ser ecléticas na qualidade e diversas na geografia, referiu Carlos Seixas.
«Este ano tivemos a sorte de alguns dos músicos que há muito desejávamos ter cá andarem em digressão», como o senegalês Cheik Lô, que atuará no primeiro dia do festival no castelo de Sines, disse.
O castelo de Sines e a avenida Vasco da Gama são os únicos palcos dos concertos deste ano, reduzindo-se assim os custos de produção de um orçamento já de si limitado - fruto da crise -, mas que permitiu, ainda assim, fazer uma programação com mais espetáculos. No total serão 35 actuações de 23 países equilibrados por dois fins-de-semana.
Este ano houve uma tentativa de conquistar novos públicos da área da música alternativa, sublinhou Carlos Seixas, e é por isso que o cartaz inclui, por exemplo, o grupo rock instrumental Secret Cheifs 3 (dia 22) criado pelo guitarrista norte-americano Trey Spruance (um dos fundador dos Mr Bungle).
As estrelas mais mediáticas deste ano são, admite Carlos Seixas, o projeto Congotronics vs Rockers (23 de Julho no castelo), super-grupo que reúne 10 músicos de África, Europa, América Latina e Estados Unidos em torno do repertório da música da República Democrática do Congo.
Festa garantida também com Sly & Robbie, mestres jamaicanos do reggae, que encerrarão o festival no castelo no dia 30 de Julho, exemplificou o responsável.
Embora o «espectador descobridor» - como é referido o público do festival - tenha mais facilidade em aceder a artistas que geograficamente podem estar a milhares de quilómetros de distância, é ao vivo que se dão as surpresas. «Há esse confronto entre o que se tem como informação e o que se experimenta ao vivo», disse Carlos Seixas.
É possível que o público possa saber o que é uma slide-guitar indiana ou um tsungaru-shamisen, instrumento de cordas do Japão, mas desconhecerá como são ao vivo o tocador Vishwa Mohan Bhatt (Rajastão) e os instrumentistas Shunsuke Kimura e Etsuro Ono (Japão), todos eles com presença marcada no dia 28 de Julho.
Em Sines estarão ainda duas gerações da música do Gana - o veterano guitarrista Ebo Taylor e o músico hip hop Blitz the Ambassador -, além do músico e agora ministro da Cultura de Cabo Verde Mário Lúcio.
Le Trio Joubran palestiano, apresentado como o único trio de alaúdes do mundo, o músico chinês Mamer, representante da cultura nómada do povo cazaque, ou o trio feminino Ayarkhaan, da República da Iacútia, da Rússia, são valores a descobrir em Sines.
Este ano apostou-se também mais na música portuguesa, com António Zambujo a abrir oficialmente o festival, os estreantes Lousy Guru, o açoriano Pedro Lucas com O Experimentar Na M´Incomoda, e os Kumpania Algazarra.
Da programação falta ainda anunciar as atividades paralelas e o preço dos bilhetes.
O programa do festival poderá ser consultado aqui.
SAPO/Lusa
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