Em declarações à agência Lusa, no final da apresentação do programa, o diretor do FMM, Carlos Seixas, foi claro: “Isso, nós não toleramos e continuamos a querer trazê-los" aos palcos do festival.
Carlos Seixas reconhece, porém, que o atual contexto com maior número de manifestações de xenofobia, racismo e intolerância, resulta em “dificuldades várias”, que são “cada vez mais”.
Ao “fechamento da Europa” e ao que considera medo, Carlos Seixas junta a “pouca ousadia dos programadores” de muitos espetáculos e festivais em arriscarem além de modelos dominantes, no continente e no país, e assinala que “os artistas não podem vir só a Sines, precisam de espalhar a palavra por outros lados”.
A “visão do mundo” da 24.ª edição do FMM – que se realiza de 20 a 27 de julho em Sines e Porto Covo, no Alentejo – “não é diferente das outras”, sublinha, vincando que o festival “continua a ser o que sempre foi”.
A música que se apresenta no festival de Sines e Porto Covo é “feita por gente de todo o mundo, muita dela deslocada dos seus próprios povos, da sua própria origem, mas que mantém como importante a necessidade de identidade da sua cultura”, descreve.
No texto de apresentação do programa deste ano, com 43 concertos de artistas de 27 países, sublinha-se que todos somos “migrantes desde a origem e até às estrelas”.
Carlos Seixas afirma, em síntese, que o FMM é peculiar, por se bater pelo trio “juntos, livres e iguais”.
O presidente da Câmara Municipal de Sines, entidade que organiza o FMM, justifica a aposta no festival com o conceito de serviço público, de “trazer outras culturas” ao país e ao concelho em particular.
“Não é fácil encontrar um festival com tanto reconhecimento internacional”, notou Nuno Mascarenhas, na sessão de apresentação do FMM, que decorreu em Lisboa, no Teatro da Trindade, gerido pela Fundação Inatel, o principal parceiro do festival.
No final da apresentação, o músico português JP Simões, que faz parte do cartaz da 24.ª edição, tocou três canções: "Abril 74", de Lluís Llach, "Maio, maduro maio", de José Afonso, e "Mariazinha", de José Mário Branco.
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