
Os fadistas Ana Moura e António Zambujo, e o pianista Júlio Resende são os convidados de Aldina Duarte, que será acompanhada por José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, e Carlos Manuel Proença, na viola.
O espetáculo irá abordar os quatro álbuns editados da fadista – “Apenas o Amor”, de 2004, “Crua”, de 2006, “Mulheres ao Espelho”, de 2008, e “Contos de Fados”, de 2011 -, que, segundo o musicólogo Rui Vieira Nery, “parecem formar, como um mosaico, o retrato perfeito da sua postura de artista”.
Referindo-se a Aldina, Nery atesta que é “alguém para quem a relação com o Fado passa por um registo constante e incandescente de paixão, mas também por um percurso por vezes quase cruel de introspeção, e pela descoberta fascinada de múltiplos olhares sobre o mundo”.
Vieira Nery salienta ainda que o repertório escolhido por Aldina é constituído por “fados estróficos depurados pelo tempo, tão firmes e enganadoramente simples, nos contornos essenciais que os definem, como livres e complexos, nos desenhos novos e inesperados que o seu canto lhes sabe dar, em cada revisitação”.
Fonte da Culturgest disse à Lusa que, “dadas as características específicas deste concerto, e a agenda dos convidados de Aldina Duarte, não será possível agendar uma segunda data”.
Aldina Duarte foi distinguida em 2009 com o Prémio Amália Composição/Poesia. O musicólogo sublinha a escolha da fadsita por um “discurso poético rigoroso, assumidamente contemporâneo, sem concessões, em que a sua própria voz de poeta emerge com frequência, lado a lado com a de tantos grandes criadores da língua portuguesa”, acrescenta o autor de “Para uma história do fado…”, referindo-se a este concerto.
Para Nery, Aldina Duarte, que habitualmente canta na casa de fados Senhor Vinho, em Lisboa, “tem este jeito especial de saber ao mesmo tempo dizer o sentido das notas, e cantar a melodia das palavras”. “É por isso que nunca deixa de nos surpreender, que nunca a podemos prever, que é sempre uma descoberta renovada”, remata o musicólogo.
@SAPO/Lusa
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