"Estamos a trabalhar para o segundo disco temas originais e vamos apresentar alguns desses temas", disse à agência Lusa, na capital britânica, antes do concerto na Purcell Room, no centro cultural Southbank Centre, um dos maiores na Europa.

Uma das novidades, revelou, é a introdução do bouzouki, um instrumento de cordas originário da Grécia, tocado pelo greco-brasileiro Pablos Carvalho, substituindo o acompanhamento do bandolim. "Juntou-se ao projeto e estamos a testar a 'química'. É um instrumento que considero mais bonito do que o bandolim: é suave também, mas tem uma sonoridade diferente". Além do bouzouki, Cláudia Aurora é acompanhada por contrabaixo, violoncelo e por guitarra acústica, esta tocada pelo co-compositor e companheiro da fadista, o catalão Javier Moreno.

Natural do Porto, Cláudia Aurora vive há cerca de 13 anos no Reino Unido, onde começou por apanhar flores para financiar um curso de canto. Cantou música brasileira em bares e participou em grupos que a levaram ao Festival de Glastonbury, deu aulas de samba, mas, em 2006, sentiu necessidade de regressar às raízes e passou a dedicar-se ao fado.

Em 2011 editou o disco de estreia "Silêncio", o primeiro álbum de fados originais produzido no Reino Unido, depois de Amália Rodrigues ter gravado, nos anos 1950, nos estúdios da Abbey Road, mais tarde usados pelos Beatles. Este disco deu um empurrão à carreira da fadista e levou-a a tocar em muitas salas britânicas e no estrangeiro, nos últimos dois anos, como Polónia, Estónia, Suécia, Finlândia ou Bulgária. Cláudia Aurora também acompanhou o grupo rock These New Puritans em espetáculos em Londres, Paris e Berlim.

A cantora assume fazer parte de um movimento de "fado contemporâneo" português, embora reconheça ser "quase transparente" na cena musical em Portugal, onde só atuou uma vez. Tem António Zambujo como uma das referências, mas confessou não o escutar há muito tempo, tal como a outros fadistas portugueses atuais. "Tento não ouvir muito para não me influenciar, porque sou muito influenciável, tenho de ter cuidado", explicou à Lusa.

Para o novo disco, que espera começar a gravar no final de 2014, está ainda a pensar incluir uma versão de um tema da brasileira Elis Regina, "Poema", até há pouco inédito. "Tenho um bocado a influência do tango. Então consigo imaginar um acordeão, mas tem de muito bem tocado, ser alguém que seja delicado, porque [é um instrumento que] tem muita presença", disse.

@Lusa

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