"Nasci numa família de fadistas. A minha avó, Celeste Rodrigues, é a decano das fadistas, é a fadista mais antiga, com quase 66 anos de carreira. Acompanhei-a desde cedo, nas casas de fado, e ainda hoje o faço. Enquanto cineasta, fez todo o sentido ir por aí e fazer cinema que, de alguma forma, fosse a minha maneira de estar no fado, a minha maneira de ser fadista. Faço fado com imagens", conta Diogo Varela Silva ao SAPO Música.

Foi com o realizador dos documentários de "Fado Celeste", sobre Celeste Rodigues, e "Rei Sem Coroa",centrado emFernando Maurício, que visitámos o Museu do Fado, situado no Largo do Chafariz de Dentro, na entrada de Alfama.

A visita começa, inevitavelmente, pelas origens da canção que canta a vida e o destino, ouvida emLisboa desde princípios do século XIX:

Feitas as apresentações, continuamos a visita rumo a outras fases e figuras do fado. Diogo Varela Silva apresenta-nos um quadro que tem "o fado todo" ou o disco de um muito jovem Camané; explica a diferença entre a guitarra portuguesa, a do Porto e a de Coimbra; espreita uma casa de fados e um posto de escuta e deixa algumas pistas sobre o que é ser (e não ser) fadista:

Inaugurado em 1998, oMuseu do Fadoconcentra os espólios de centenas de intérpretes, autores, compositores, músicos, construtores de instrumentos, estudiosos e investigadores, artistas profissionais e amadores, entre outras personalidades que marcaram a história do fado.

Aberto ao público de terça a domingo, o espaço tem entre a programação habitual a realização de exposições temporárias, edições próprias, seminários e workshops ou apresentações discográficas e editoriais. Tudo isto e, claro, um percurso pelos vários momentos que ajudaram a consolidar o género musical.

@Gonçalo Sá e Inês Alves