"Sem Crise" devolve Gabriel o Pensador aos discos após um hiato de mais de meia década - "Cavaleiro Andante", o álbum antecessor, data de 2005 - e talvez por isso tenha sido um registo gravado de forma diferente: "sem prazos, sem cobranças, sem crise", explica o brasileiro de 39 anos ao SAPO Música.

Como tem sido regra no seu percurso, um novo disco é indissociável de novos palcos, alguns deles portugueses, que além de temas dos seis álbuns anteriores contam agora com canções como "Linhas Tortas", autobiografia em forma de música, ou "Surfista Solitário", colaboração com o veterano Jorge Ben Jor cujo impacto radiofónico já se faz sentir e ameaça intensificar-se no período estival.

Por cá, Aveiro, Porto, Lisboa e Faro foram ponto de passagem de Gabriel o Pensador nos últimos dias, mas o rapper também se apresentou ao vivo num cenário menos habitual: o do MEO Like Music, num concerto interativo. "Entrei logo na onda", recorda Gabriel, que depressa se habituou aos comentários e aplausos virtuais. "Sabia que havia muita gente vendo em direto e comentando", assinala.

A interatividade virtual é, de resto, abraçada sem grandes medos, até porque a internet tem "uma agilidade e alcance muito maior", diz quem começou por distribuir panfletos de mão em mão na faculdade e olha agora para o online enquanto outro caminho para "protestar, divulgar ideias, reunir pessoas".

Gabriel o Pensador, surfista real e virtual, volta a mergulhar em palcos portugueses a 14 de julho, nas Festas Sebastianas de Freamunde, em Paços de Ferreira, e a 17 de agosto no Monteverde Festival, em São Miguel, nos Açores.

Entrevista @Gonçalo Sá/ Imagem @Luís Piçarra e Nuno Lobo