José Cid recordou a sua relação com Amália Rodrigues.

Em entrevista à revista da freguesia lisboeta de Alvalade, o cantor defendeu que a fadista "não lidava bem com o êxito dos outros".

"Eu venho do fado. Com dez anos, era fadista na minha terra, na Chamusca do Ribatejo. Quando a Amália Rodrigues lá foi, fiz a abertura do concerto e cantei antes dela. Atuei também no fim da carreira da Amália, nos [seus] últimos concertos nos Estados Unidos", recordou.

“A Amália nunca foi muito à bola comigo. Porque eu vendia mais discos na [editora] Valentim de Carvalho e ela nunca aceitou que uma pessoa mais jovem vendesse mais. A Amália não lidava bem com o êxito dos outros. Também não lidou bem com a Dulce Pontes, mas eu era a principal vítima dela", contou José Cid à revista.

Na entrevista, o músico sublinhou ainda que "Amália chegou o mais longe que era possível". "É a maior cantora mundial da sua geração. Mas se tivesse uma mãe como a minha e lhe dissesse, aos 17 anos, aqui em Anadia, que queria ir para Lisboa cantar para uma casa de fados, levava um enxerto de pancada e era fechada no último quarto da casa com correntes", rematou.