Os Kalush Orchestra venceram a edição de 2022 do Festival Eurovisão da Canção com "Stefania", uma fusão de elementos folclóricos, eletrónicos e hip-hop que se tornou um hino à pátria. Depois da conquista do troféu, a banda conquistou seguidores em todo o mundo e tem lutado para divulgar a cultura do país além-fronteiras.

No passado domingo, dia 13 de novembro, o grupo subiu ao palco dos MTV EMAs, em Düsseldorf. Em entrevista exclusiva ao SAPO Mag depois da atuação na cerimónia, a o vocalista Oleh Psiuk sublinha a importância de participar em eventos internacionais. "Ficámos felizes por participar nos MTV EMAs 2022. É muito bom fazer parte de uma premiação musical tão importante e atuar no mesmo palco por onde passam estrelas mundiais. Acreditamos que é um bom sinal", frisa.

Para os MTV EMAs, a banda reparou uma "atuação especial dedicada à Ucrânia". "A performance foi dirigida e encenada pelo popular coreógrafo ucraniano Kostyantyn Tomilchenko e sua equipa", revela o cantor.

Veja a atuação:

A participação e a vitória no Festival Eurovisão da Canção mudou radicalmente a vida dos Kalush Orchestra, conta o vocalista. "A nossa vida tornou-se mais ativa. Entrevistas, participação em eventos de solidariedade, concertos... Conhecemos muitos novos músicos da Europa e temos acordos para colaborações", adianta o vocalista.

"Temos uma canção conjunta com os The Rasmus, assim como a canção 'Nasze Domy' com o músico polaco Szpaku. Ao mesmo tempo, tornarmo-nos numa voz dos ucranianos na frente cultural", acrescenta.

Kalush Orchestra

Na conversa com o SAPO Mag, o artista ucraniano sublinha que a banda tenta passar sempre informação sobre a situação no país: "Tentamos falar o máximo possível sobre a situação na ucraniana para que ninguém se esqueça desta guerra"."Tentámos também arrecadar fundos durante os concertos de caridade para ajudar a Ucrânia, bem como organizar eventos solidários regulares", acrescenta.

"Depois da vitória no Festival Eurovisão da Canção, já conseguimos juntar 1,5 milhões de dólares para a Ucrânia", avança Oleh Psiuk, acrescentando que a participação no evento foi "importante" e "emocionante": "Representar o teu país num concurso internacional como o Festival da Eurovisão é sempre uma grande responsabilidade, porque tens a atenção do mundo inteiro".

"Para nós, o momento mais emocionante foi quando soubemos que tínhamos vencido. Mas, além disso, foi importante para nós falarmos sobre o resgate dos combatentes de Azovstal, que na época estavam há muito tempo presos. Este apelo foi ouvido por milhões de telespectadores em todo o mundo. Era contra as regras da competição, mas tivemos de o fazer mesmo sabendo que a nossa participação no Festival da Eurovisão estava em risco", recorda Oleh Psiuk.

Kalush Orchestra

Conhecido por combinar elementos folclóricos, eletrónicos e hip-hop, o grupo promete continuar a divulgar a música ucraniana. "A música faz parte da cultura de todas as nações. Na Kalush Orchestra, enfatizamos o rap com referências ao folclore e autenticidade ucraniana. Queremos que o maior número possível de pessoas em todo o mundo conheça a nossa música. A música ucraniana deveria estar no mercado mundial", sublinha o vocalista.

"Todos sabemos, eles [a Rússia] estão a tentar destruir a nossa cultura, mas não vamos permitir que isso aconteça", remata Oleh Psiuk.