Lagum, um dos principais grupos da nova geração da música brasileira, lançou recentemente "Depois do Fim", já disponível em todas as plataformas digitais. O novo álbum é um dos motivos para o regresso a Portugal.

A banda atua esta sexta-feira, dia 20 de outubro, no Hard Club, no Porto. Já este sábado, os Lagum sobem ao palco do Casino Estoril.

Antes dos concertos, Pedro Calais e Jorge Borges, dos Lagum, conversaram com o SAPO Mag.

SAPO Mag: Começando pela vossa estreia em Portugal. Quais são as melhores memórias que têm da primeira vinda a Portugal?

Pedro Calais: Por coincidência, conversamos sobre essas memórias no dia de hoje. Há exatamente quatro anos estávamos no mesmo hotel no Porto, era a nossa estreia na Europa. Andámos por todos os pontos turísticos, comemos excelentes bacalhaus e francesinhas e fizemos um concerto sensacional. 

Quem diria que em tanto tempo passaríamos por dois álbuns, COVID-19, falecimento do Tio, mudanças na vida pessoal. Regressar aqui depois disso tudo numa cidade tão importante para a nossa trajetória, é surpreendente é especial. 

Lembram-se de quando começaram a perceber que as vossas canções tinham atravessado o Atlântico e tinham fãs portugueses?

Pedro Calais: Acho que nem chegámos a perceber que a nossa música tinha atravessado o Atlântico. Marcamos uma digressão aqui e não sabíamos o que esperar, até com muito medo, mas de cara fomos super bem recebidos e lembro-me das pessoas com sotaque português que vinham falar connosco, lembro-me de ouvir pessoas com sotaque a cantar todas as músicas no concerto… essa é a lembrança que temos.

Não chegou digitalmente, por comentários e tal, nós percebemos meio que na prática e foi muito surpreendente e novo. Alguns de nós estavam a viajar para a Europa pela primeira vez, então chegar aqui através do nosso trabalho e ser recebido assim foi uma surpresa muito gratificante. 

Estão de volta para concertos. O que podemos esperar? O que estão a preparar?

Pedro Calais: Estamos de volta para concertos e estamos muito animados! Acho que as pessoas podem esperar um concerto muito quente. A gente preparou a nossa digressão “Depois do Fim” com muito carinho, contemplando o álbum novo, as músicas que os fãs mais gostam e as que mais curtimos tocar.

Temos momentos em que tocamos o que a gente quer tocar, temos espaço para improvisar além das coisas que já estão improvisadas, então o que estamos a preparar além do que já está preparado é o que não está preparado! Amamos improvisar, amamos ter uma troca sincera e direta com o público. Estivemos levando isso pelo Brasil e em Portugal não vai ser diferente. 

"Depois do fim" é o vosso álbum mais recente. Será o mote dos concertos?

Jorge Borges: “Depois do Fim” é um álbum incrível, é o nosso álbum mais recente, dá o nome para a digressão e no nosso repertório tem muitas músicas dele. A gente trouxe algumas que são bem legais para o público, para envolver a galera e trazer energia, algumas músicas conceituais também para criar um momento para respirar.

Mas o concerto é composto por todas as fases da banda, então quem for vai encontrar o primeiro álbum, as músicas lá do início da carreira da banda, músicas do meio da carreira da banda e várias músicas do “Depois do Fim”. Não diria que ele é um mote por si só, mas ele compõe e agrega muito positivamente ao nosso concerto. Tem um pouco de tudo!  

Sentem que o público português e brasileiro é muito diferente? Adaptam a setlist?

Pedro Calais: Para ser sincero, acho que não. O público brasileiro e o público português é bem similar. Acho que o público mais presente (que segue os nossos trabalhos nas redes sociais e costuma acompanhar os lançamentos) é bem ativo e sabemos que talvez as coisas cheguem um pouco mais devagar a Portugal pela distância mesmo, mas, pela nossa experiência em Espanha, as pessoas estavam super inteiradas das músicas novas e das antigas, então acho que vai ser lindo. A nossa expectativa está altíssima.