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A passagem de Madonna pelo estádio Cidade de Coimbra, domingo à noite, mostrou, mais do que um concerto musical, um espetáculo de entretenimento com muita dança e performances várias, efeitos sonoros e visuais. Madonna revelou algumas dificuldades vocais ao longo do espetáculo iniciado as 22:00, patentes, por exemplo, quando entrou fora de tom em "Papa Don't Preach", o quarto tema da noite, que não durou mais do que os primeiros versos e um refrão. Entre blocos de canções, o espetáculo teve vários momentos de vídeo e dança, protagonizada pelo grupo de 22 bailarinos que acompanha a cantora, enquanto, nos bastidores Madonna, mudava de roupa, o que fez pelos menos cinco vezes ao longo da noite. A cantora norte-americana levou 43 minutos até se dirigir ao público presente em Coimbra - a anunciada lotação de 45 mil lugares ficou longe de esgotar, com a zona do relvado e todos os sectores das bancadas e a apresentarem clareiras de lugares vazios - alegando, em inglês, querer "ouvir toda a gente a cantar" o nono tema da noite "Turn Up the Radio", incluído no novo álbum "MDNA". Nos interlúdios de vídeo, dança e acrobacias várias e também nos novos temas de "MDNA" o público mostrava-se algo apático, provavelmente mais conhecedor dos hits da chamada rainha da pop do que dos temas mais recentes. Sensivelmente a meio do concerto, por alturas de "Open Your Heart", de 1986, Madonna apresentou um grupo de percussão que a acompanhou no tema, disse que ia cantar uma canção "antiga" e desafiou a assistência a acompanhá-la. Seguiu-se "Sagara Jo", o momento "político" da noite, mas também um dos melhores momentos musicais, com a cantora a defender, num pequeno discurso, a liberdade de expressão e a desafiar "todos" a respeitarem-se e a respeitarem as diferenças de outros, condição para a guerra deixar de existir, disse. Na reta final do espetáculo, as dificuldades vocais da cantora voltam a manifestar-se em "Candy Shop": desafinou nos tons graves, não conseguindo manter a nota e não cantou, sequer, os tons mais agudos, percebendo-se que aquela parte da atuação foi feita em 'playback'. Com Human Nature, tema de 1994, e um jogo de espelhos em palco, a chamada 'rainha da pop' ensaiou um show de 'striptease', junto ao público, no extremo do palco mas, para além de tirar a camisa branca, o momento ficou-se por uma intenção, não concretizada, de baixar as calças. "Esta noite não", alegou, manifestando-se "introspetiva", mote para uma calma versão do clássico "Like a Virgin", a solo, apenas acompanhada ao piano. Foi preciso esperar por "Like a Prayer" - a penúltima música, muito próxima da versão original de 1989, acompanhada de um coro em estilo gospel - para o espetáculo se assemelhar a um verdadeiro concerto, com o público a cantar e aplaudir Madonna, após a cantora reentrar em palco com uma bandeira portuguesa. "Celebration", tema de 2009, fechou o anunciado alinhamento, idêntico aos restantes concertos da digressão europeia, com plataformas coloridas em palco, sonoridade eletrónica e a assistência aos saltos, já as luzes das saídas do estádio estavam acesas a anunciar o fim da festa, depois de uma hora e 46 minutos. @SAPO/Lusa<
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