Relativamente a Carlos Alberto Moniz, o júri salientou a participação de 80 convidados num um "triplo álbum, um produto massivo, de peso, um cancioneiro da música portuguesa que atravessa gerações de convidados, gerações de músicos com uma produção incrível”.

Foi também realçado que “discos destes fazem muita falta pelo seu espaço intergeracional pelas passagens de testemunho, pela ligação entre aquilo que é de facto a tradição e os temas tradicionais e a modernidade”.

Relativamente ao álbum guitarrista Manuel de Oliveira, os jurados afirmaram que sob o ponto de vista instrumental, os dois músicos que o acompanham, os espanhóis Jorge Pardo e Carles Benavent, do núcleo fundador do Sexteto de Paco de Lucia, são descritos como “monstruosos” e salientam a sua ligação a Lucia, “que acaba por transparecer de uma forma muito bonita”.

“Não existem temas no disco, como se diz, isto é, Portugal, e outros temas em que se diz, isto é, Espanha. Nós conseguimos ver quer num caso quer no outro, de repente não é só a Ibéria, é a Ibéria como entidade hospedeira de uma universalidade”, refere o júri.

Para o júri, “Ibéria 20/22” representa “um processo" que "já teve um primeiro disco", mostrando o segundo "um bocado a pertinência desta pessoa em não se ficar só na superfície", que que "anda a trabalhar há 20 anos”.

Os jurados referiram ainda “o paralelismo entre os discos, classificados como históricos", acrescentando que "a sua repetição é impossível”.

O júri foi o mesmo do ano passado, o poeta José Jorge Letria, representante da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, os compositores e letristas Amélia Muge, em representação da Sociedade Portuguesa de Autores, Pedro Campos e o crítico musical Rui Filipe Reis.

O primeiro vencedor do Prémio Municipal Carlos Paredes, em 2003, foi Bernardo Sassetti (1970-2012), pelo seu álbum “Nocturno”.

No ano ano passado, o prémio foi também atribuído ex-aequo ao Sexteto Bernardo Moreira e ao fadista Duarte, respetivamente pelos trabalhos “Entre Paredes” e “No Lugar Dela”.

Sassetti voltou a receber o galardão em 2006, por “Ascent”, desta feita em ex-aequo com “Mandrágora”, de Filipa Santos, Ricardo Lopes, Pedro Viana e Luís Martinho. P

edro Joia também já bisou o prémio, tendo-o recebido em 2008, com “À Espera de Armandinho”, e em 2021, com o álbum “Pedro Jóia, pela obra Zeca”.

O guitarrista Ricardo Rocha recebeu igualmente a distinção por duas vezes: em 2004 pelo seu álbum “Voluptuária”, ex-aequo com “Lokomotiv”, de Carlos Barreto, e, em 2010, por “Luminismo”.

Rão Kyao e Carminho (2013), Pedro Caldeira Cabral (2014), LST – Lisboa String Trio (2015), Pedro Mestre (2016), Ricardo Ribeiro e Artemsax (2017), Daniel Pereira Cristo (2018), Cristina Branco e José Valente (2019) e a Companhia do Canto Popular (2020) foram alguns dos distinguido com o prémio vila-franquense.

“A data da cerimónia para a entrega dos Prémios da edição 2023 será oportunamente anunciada”, afirma a câmara.