Era o 16º concerto de uma tour sem interrupções, iniciada na Holanda, mas nem por isso a banda de Fernando Ribeiro mostrou sinais de cansaço. Antes pelo contrário. Pode-se mesmo afirmar que os Moonspell estão em melhor forma do que nunca. E a prova está no espetáculo com que presentearam os fãs da capital: robusto, bem definido e com um alinhamento que apostou fortemente, sem medo, no novo álbum, "Extinct".
E, em modo de cereja no topo do bolo, os Moonspell não se limitaram a trazer para Portugal o que prepararam para a Europa. Afinal, regressavam ao Coliseu de Lisboa sete anos depois e, não querendo deixar passar a data em branco, trouxeram consigo algumas surpresas. “Antes de alguém falar de Moonspell, já os fãs nos apoiavam”, dizia Fernando Ribeiro, algures durante o concerto. E foi a eles que a banda se entregou, de corpo e alma.
Pontualmente, às 23h05 – tal como estava agendado –, a banda entrava em palco de forma imponente. Como pano de fundo, a majestosa imagem da capa de "Extinct", que conta com a assinatura do grego Seth Siro Anton. E não foi preciso esperar muito para ver toda uma plateia ao rubro. O mote para a extinção foi dado com “Breathe (Until We Are No More)” e com o tema homónimo do último trabalho, “Extinct”. Mas, apesar do concerto ter começado com canções mais recentes, rapidamente os Moonspell mostraram que o passado não iria ser esquecido, prosseguindo com “Night Eternal”, “Opium” e “Awake!” - todas incluídas em "Irreligious".
Uma das primeiras surpresas da noite chegou-nos com a voz feminina da italiana Mariangela Demurtas, vocalista da banda norueguesa Tristania, a partilhar o palco com Fernando Ribeiro ao som do tema “Raven Claws”. Mas, numa noite em que imperou a extinção, o intuito era também partilhar com os fãs o maior número de temas novos, até porque o “orgulho" sentido pelo grupo relativo ao novo registo dava espaço a tal. E “The Future Is Dark”, uma das faixas recentes mais acarinhadas pelo vocalista, foi uma das contempladas. “É um tema mais melancólico mas também é um dos que mais gostamos de tocar”, salientou Fernando Ribeiro, antes dos primeiros acordes.
Em “Em Nome do Medo”, foi a vez de Rui Sidónio, dos Bizarra Locomotiva, subir ao palco e protagonizar, ao lado do vocalista de Moonspell, um dos momentos mais épicos do espetáculo.
Mesmo com a noite a chegar ao fim, houve ainda tempo para alguns dos temas que marcaram a carreira da banda. “Encontrar estes fãs todos aqui, hoje, é muito inspirador para o resto da tour”, elogiou Fernando Ribeiro. “Vampiria”, ”Ataegina” e “Alma Mater” - com a bandeira de Portugal em destaque - fecharam o espetáculo antes do encore.Para a despedida, os Moonspell não esqueceram a “Wolfshade (A Werewolf Masquerade)”, entre uivos, numa noite quase de lua cheia, e de evocar “Mephisto”. A fechar, “Full Moon Madness” fez as honras da casa.
Os convidados especiais Bizarra Locomotiva e o seu “Mortuário” – último trabalho da banda – abriram com chave de ouro esta noite, que contou ainda com a atuação dos gregos Septic Flesh.
Alinhamento:
Breathe (Until We Are No More)
Extinct
Night Eternal
Opium
Awake!
The Last of Us
Medusalem
Raven Claws (com Mariangela Demurtas / Tristania)
Funeral Bloom
Domina
Malignia
The Future Is Dark
Em Nome do Medo (com Rui Sidónio / Bizarra Locomotiva)
Vampiria
Ataegina
Alma Mater
(Encore)
Wolfshade (A Werewolf Masquerade)
Mephisto
Full Moon Madness
Texto: Tatiana Branco
Fotografias: Hugo Sousa [Captadas no concerto dos Moonspell no Hard Club, no Porto]
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