“Las cenizas de mis canciones” ("As cinzas das minhas canções") é uma letra de Tiago Torres da Silva, com música de Pedro Joia, disse à Lusa fonte da produção.
O primeiro encontro entre as duas artistas ocorreu em 2012, no CollJazzFest, em Oeiras. “Omara comentou que já tinha cantado de tudo mas não tinha ainda cantado um fado, e que adorava Amália Rodrigues”, disse à Lusa Cristina Nóbrega. A cantora cubana anunciou que se retiraria este ano dos palcos, estando a realizar uma digressão mundial de despedida. Para Cristina Nóbrega, distinguida em 2009 com o Prémio Amália Rodrigues Revelação, “é um privilégio extraordinário a gravação deste dueto” com Omara Portuondo.
“Um Fado para Fred Astaire” foi produzido por Pedro Joia, sendo a fadista acompanhada por Rodolfo Godinho, na guitarra portuguesa, Rogério Ferreira, na viola, e Rodrigo Serrão, no contrabaixo. “Este álbum é uma incursão no fado tradicional, com o Fado Bailarico, Fado Cravo, Fado Amora, Fado Meia-Noite, Dois Tons, Fado Menor com Versículo, entre outros, e duas marchas de Lisboa”, disse a criadora de "Deixa-te estar na minha vida".
O tema que dá título ao álbum, “Um Fado para Fred Astaire”, é cantado “no fado menor com versículo de Alfredo Marceneiro, e conta a história trágica de Amália Rodrigues que, ao descobrir que tem um problema de saúde grave, foi para Nova Iorque para pôr termo à vida”.
Amália “alojou-se num hotel e solicita na receção um equipamento de vídeo para se preparar para o terrível ato". "As cassetes de vídeo que lhe entregam eram de musicais com Fred Astaire como protagonista principal. Quis o destino que a magia do cinema, a alegria, a música e a dança de Fred Astaire e seus pares, fizessem com que Amália tivesse vontade de se tratar, curar e de viver ainda mais de 20 anos”, contou. “É deste modo que o dançarino Fred Astaire entra para a 'história da saudade' e do fado”, rematou Cristina Nóbrega.
“Um Fado para Fred Astaire” é o terceiro álbum de estúdio da fadista, que se estreou em setembro de 2008 com um álbum em nome próprio, ao qual sucedeu, em 2009, “Retratos”.
@Lusa
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