No próximo dia 30, os Nu Soul Family vão actuar junto dos Buraka Som Sistema e dos Black Eyed Peas. Ainda no seu começo, a banda conta com o background que os membros adquiriram nos seus projectos paralelos, como os Da Weasel.
Em conversa com o Palco Pricipal, Virgul, que dá voz a este grupo, fala sobre as expectativas que tem para este projecto.
Palco Principal - Como surgem os Nu Soul Family?
Virgul - Os Nu Soul Family surgem duma ideia que eu já tinha há algum tempo, que era fazer algo diferente. Conheci o Bassman e o Alan Gul em estúdio. Eles convidaram-me para participar numa música dos Bambs Cooper, um projecto do qual eles fazem parte. Eu conheci-os, vi a potencialidade deles, e a empatia foi enorme. Então, achei que eram as pessoas certas para o projecto. Já conhecia o Dino há algum tempo, já era meu amigo. Falei-lhes nele, disse "bora lá arrancar com isto”, e foi assim que nasceram os Soul Family.
PP - Isso tudo no ano passado?
V - Sim, sim. Foi em 2009.
PP - E como se lembraram do nome Nu Soul Family?
V - Pensámos em vários nomes. Achei que isto tinha muito soul e tinha que ser algo novo. Como já referi, temos uma grande empatia e amizade uns pelos outros. Embora nos conheçamos há pouco tempo, somos mesmo como uma família. Damo-nos super bem. Acho que as bandas -isto falando por experiência própria -devem tratar-se como uma família. São pessoas com quem lidamos muito tempo e que acabam por ser a nossa segunda família. Daí o nome Nu Soul Family.
PP - No vosso Myspace, vocês escrevem que têm vontade de "fazer algo diferente". Como é que os Nu Soul Family podem marcar diferença? O que é que vocês têm de diferente das outras bandas?
V - Eu acho que este género musical misturado com instrumentos não é feito por muitas pessoas. Misturar o soul e o house é algo que se faz muito lá fora, onde nós também fomos beber influências, como, por exemplo, aos Ultra Naté. Acho que não havia muita coisa deste género feita aqui em Portugal. Depois, é também pela vontade musical que temos e pela boa disposição que temos os quatro, algo super notável no álbum. O álbum põe as pessoas bem dispostas. Eu acho que isso também demonstra um bocado o que nós somos. Estamos sempre a gozar, levamos a vida na boa e é raro estarmos tristes. Conseguimos transmitir isso para o álbum, marca a diferença.
PP - Achas que a música de dança em Portugal podia ser mais divertida, à semelhança daquela que vocês estão a fazer neste momento?
V – Nunca se deve pôr as coisasdessa forma. É o nosso gosto pessoal e a nossa forma de estar. Há pessoas que gostam de outros géneros musicais e eu acho que as pessoas devem fazer aquilo que sentem e que faz sentido para elas. Agora se devia ou não [ser mais divertida], não sei o que dizer. Nós fazemos aquilo que achamos que devemos fazer. Fazemos música alegre e bem disposta. Acho que as pessoas andam muito tristes e deprimidas, por isso temos um álbum super positivo.
PP - Falaste que as vossas influências são mais de artistas internacionais do que portugueses...
V - Sim, no que toca ao género musical, à música de dança. Mas também temos aqui, em Portugal, coisas de que gostamos bastante, desde Blackout, que fazia disco e funk, até os Expensive Soul, que têm o soul sempre presente.
PP - O vosso single, This is For My People, fizeram-no a pensar em que público? Quem é o vosso people?
V - O nosso people são, à partida, as pessoas que estão connosco. Começa pela nossa família, pelos nossos verdadeiros amigos, espalhando-se pelas pessoas que nos acompanham e que nos ajudam. Falando de mim, são as pessoas que fazem um bocado aquilo que eu sou hoje, os fãs, os próprios Da Weasel. As pessoas que nos têm vindo ver e que estão presentes nos concertos acabam por ser o nosso people, porque nos ajudam e enriquecem os nossos sonhos, fazem com que a gente viva mais alegre. Com eles é que isto faz sentido, sem eles não faz.
PP - Todos os membros dos Nu Soul Family têm outros projectos, por exemplo, tu tens os Da Weasel. Achas que vocês vão conseguir conciliar todos os vossos projectos?
V - Sim. Nós temos vontade para isso e vai ter que se conciliar. Obviamente que, se não der para conciliar, depois vamos ter que optar por outro meios, mas eu penso que dá para conciliar. O nosso mercado não é assim tão grande, não vamos estar ocupados ao ponto de não dar para conciliar uma coisa com a outra.
PP - Não te vês a pôr os Da Weasel de parte por causa dos Nu Soul Family?
V - Não, não, de todo. Eu acho que vai dar completamente para conciliar.
PP - Até porque os Da Weasel têm mais público...
V - Não é por aí. Não é por uma coisa ser maior ou outra ser mais recente. Quando me meto nas coisas, faço com amor e gosto igualmente de uma coisa e de outra. Eu acho que vamos todos saber conciliar as coisas.
PP - O facto de já estarem inseridos noutras bandas, ajudou-vos neste projecto?
V - Obviamente. Falando um bocado por mim, tenho o cartão de visita dos Da Weasel, mas depois também temos que mostrar um bom produto. Há esse peso. Há um lado bom, mas depois também há o lado em que temos de mostrar bom produto, senão depois as pessoas também ficam desiludidas.
PP - E se calhar até esperam mais de vocês.
V - Exactamente.
PP - No Myspace, vocês escrevem que têm como objectivo "abanar a dance scene nacional e internacional". Já têm alguns planos para internacionalizar o grupo ou ainda é muito cedo?
V - Sim, temos alguns contactos e pessoas interessadas, tanto na Europa como nos Estados-Unidos, mas acho que é fundamental começarmos pelo nosso people. Até porque, quando as pessoas pesquisarem, temos de estar bem fortes e têm de perceber que aqui demos frutos, isto para depois poder levá-los lá para fora. Temos de nos concentrar aqui primeiro. Já temos o interesse de algumas pessoas e mais tarde vamos tentar a internacionalização. O inglês [língua em que cantam as músicas] já foi a pensar nisso, na internacionalização. Um passo de cada vez, tudo nas calmas.
PP - Vocês vão actuar mais em discotecas, concertos ou festivais?
V - No princípio, pensámos nisso,até porque a música de dança está colada aos clubes e às discotecas. Depois, quando notámos que o produto estava mais enriquecido e, sobretudo, mais valioso, digamos assim, achámos que devíamos actuar em palco. Porque não transpor isto para palco? A coisa tem funcionado muito bem, nesta altura já temos uma banda com baterista, guitarrista, percussão, teclista... As músicas ficam mesmo muito fortes, funcionam muito bem e é assim que nos sentimos melhor e é como vamos fazer. Obviamente que num caso ou outro iremos a uma discoteca, como já fomos, mas queremos essencialmente tocar em palco grande como o vamos fazer agora com os Buraka e com os Balck Eyed Peas e no Palco Sunset [Rock in Rio Lisboa 2010] com a Julie McKnight, que também faz house music e soul. Queremos mais esta vertente.
PP - Qual a sensação de,em plenoinício da carreira dos Nu Soul Family, actuar com os Black Eyed Peas?
V - Vem um bocado daquele crédito (apesar de também vir de um mérito próprio) dos nossos projectos paralelos. As pessoas esperam algo de bom e nós vamos ter de provar que somos bons.
PP – Portanto, muita pressão para esse dia...
V - Hum... um bocadinho, não muita. Quando as pessoas apostam e acreditam em nós, temos de dar o nosso melhor, mas acho que também acabamos por fazer isto de forma natural. É algo que sai. Nós vivemos música, nós sentimos música. Os ensaios têm sido cada vez melhores e acho que vamos surpreender pela positiva. Espero que assim aconteça nesse dia.
PP - No futuro, o que podemos esperar dos Nu Soul Family?
V - O nosso segundo single é o I Believe, o vídeo está feito. Ficou a cargo da Moopie Vídeos, uma dupla de produtores e realizadores que são o David e a Mia. O vídeo está demais e estreia esta semana. Temos mais alguns grandes palcos agendados, que, para já, ainda não posso revelar, e queremos estar aí a tocar bastante e a divertirmo-nos ao máximo com este álbum.
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