Capitão Pedro na voz, Capitão Tiago na guitarra, Capitão Vasco no baixo e Capitão António na bateria. Juntos, formam os Capitães da Areia e editaram, no final do ano passado, o seu disco de estreia pela Amor Fúria - através da qual já tinham revelado o tema "Bailamos no teu Microondas" na compilação "Depósito de Inúteis", em 2010.
Concentrado de canções pop sempre reluzentes e muitas vezes bamboleantes, "O Verão Eterno d'Os Capitães da Areia" expressa "uma vontade muito grande de sonhar, de viajar e de contar histórias de momentos felizes", realça Capitão Pedro.
"É um disco com ritmos dançáveis, balneares, que nos são muito queridos, e tem como missão fazer as pessoas dançar, sonhar e corar", acrescenta o vocalista do jovem quarteto lisboeta que foi buscar o nome ao romance homónimo de Jorge Amado. "Achámos o título muito bonito e adotámo-lo", explica, embora esclareça que não há qualquer outra ligação entre a obra do escritor brasileiro e o universo da banda.
Estes capitães não marcham, mas dançam
Os Capitães da Areia "contam histórias de amores e desamores, basicamente, tirando em duas canções", ponto de partida para que possam "dançar e saltar em palco com bandeiras e calças às cores enquanto cantam refrães".O ambiente de festa sem fim à vista, celebrada de peito cheio, gera por vezes "alguma estranheza" em quem os ouve e vê, revela Capitão Pedro. Nada que os preocupe: "Não temos problema nenhum em dizer o que queremos, dançar como queremos ou vestir-nos como queremos, sem qualquer medo do ridículo, e isso deve-se ao facto de sermos quatro rapazes com bastante lata, segundo aquilo que nos vão dizendo".
Essa despretensão faz também com que queiram deixar claro o seu papel. "Não nos consideramos músicos. Obviamente que estamos em palco a tocar e que gravamos, mas achamos que um músico é uma pessoa que realmente estudou e teve formação musical. Apesar de levarmos isto a sério, também assumimos muito o lado descontraído com que ensaiamos, compomos e tocamos", assinala o vocalista.
Heróis de ontem, influências de hoje
Como qualquer nova banda, Os Capitães da Areia não escapam a que muitos evoquem a música de outros quando abordam a sua. E das referências nacionais, os Heróis do Mar veem quase sempre à conversa. Capitão Pedro reconhece a influência do grupo surgida nos anos 1980: "Na altura, foram uma espécie de revolução pop na música nacional. Hastearam a música pop em Portugal e não tinham complexos: assumiam-se como eram e marcaram como eram. Fazemos as coisas um bocadinho à maneira deles, fazemos o que nos dá na cabeça. Não andamos a tocar para tentar agradar às pessoas com o som que está na moda. Não vamos por aí, preferimos ir por outro lado, o que tem um risco maior".
O vocalista já não se revê tanto, contudo, noutra banda com que Os Capitães da Areia são por vozes comparados: os nova-iorquinos Vampire Weekend. "A razão que pode levar a essa ligação prende-se com as guitarras. Esse apontamento é legítimo mas faria mais sentido apontar o Paul Simon como inspiração dos Capitães, que acaba por ser também a grande inspiração dos Vampire Weekend", salienta.
Um baile para Portugal inteiro
Os ritmos de guitarra de tempero africano, ao lado das cores dos teclados ou do embalo do baixo e da bateria, são condimento de canções que andam, há semanas, a viajar pelas FNACs de todo o país.
Estes showcases deverão manter-se, pelo menos, até meados de abril, mas os Capitães da Areia querem chegar a outros cenários, "a concertos com luzes e com pessoas a saltar junto ao palco" - como o do Plano B, no Porto, onde atuam a 23 de março. E não pedem muito mais, remata o vocalista: "Aquilo que nos move é tocar ao vivo, por isso olhamos para 2012 com uma expetativa boa, apesar de toda a conjuntura, e sonhamos. E enquanto continuarmos a sonhar, vamos acreditar que tudo é possível".
Os Capitães da Areia atuam este sábado, 18 de fevereiro, na FNAC do Fórum Almada (às 17h) e na FNAC do Colombo, em Lisboa (às 21h30)
Videoclip de "Dezassete Anos":
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