O disco, editado esta semana com o selo da Orfeu, é uma espécie de resumo de um trabalho de vários anos dedicados à composição e o tal "songbook" de bossa nova já faz parte do passado, explicou Pedro Esteves, 32 anos, à agência Lusa.

A editora chama-lhe "cantautor", mas o peso da palavra não o assusta, embora tenha uma conotação com um período da música portuguesa da qual fazem parte José Afonso, Fausto, José Mário Branco, Sérgio Godinho. "São todos uma referência direta para mim, a par de uma série de músicos brasileiros", disse Pedro Esteves, e isso ouve-se nas composições do disco, com direção musical do pianista Filipe Raposo.

O músico recorda que o apelo pela música começou na adolescência, possivelmente por influência do irmão mais velho, Filipe Esteves, que participa no disco, e por um "songbook" com partituras de músicas da bossa nova que lhe foi parar às mãos. Foi o desbloqueador de um treino na guitarra que o levaria depois a entrar na música portuguesa e a compor.

Pedro Esteves deixou para trás a licenciatura em Engenharia Hidráulica e dedica-se em exclusivo à música e às canções, como "Maravilha Amor", "Espanto-Encanto" e "Grão Coração", que integram o álbum. Falam sobre tudo o que pode caber no quotidiano, "temas recorrentes que podem ainda ser explorados, como o amor, com alguma ironia", disse.

"Sou um nome desconhecido", admitiu Pedro Esteves, mas assinar pela Orfeu, uma editora histórica agora reativada, é parte de "uma feliz conjuntura".

Pedro Esteves integrou em 2010 a coletânea coletânea "REintervenção", em torno da obra de José Afonso, e surgiu daí o convite para a edição do disco de estreia.

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