Celebram de acordo com o estatuto. Em grande: discografia reeditada, um filme histórico, praticamente inédito, recuperado (“Charlie Is My Darling”) e 50 cidades e mais de três mil edifícios a acolher uma experiência de realidade aumentada, baseada no “King Kong” que dá capa a “GRRR!” (a Praça do Comércio é um dos palcos do “happening”).

Não podia ser de outra forma. Década após década, os Rolling Stones mantiveram-se presentes e influentes. Foram ícones das transformações sociais e culturais da de 1960, representantes máximos do rock'n'roll na seguinte, triunfadores na passagem para os concertos de estádio na de 1980, e veteranos reverenciados, mas de sangue na guelra, nas seguintes.

Nesse percurso, foram assinando obras imprescindíveis da história da música do século XX. Quão diferente seria ela sem álbuns como “Aftermath”, “Beggar's Banquet”, “Let It Bleed”, “Sticky Fingers” e “Exile On Main St.” e sem canções como “I can't get no satisfaction”, “Under my thumb”, “Ruby Tuesday”, “Jumping Jack Flash”, “Paint it black”, “Street fighting man”, “Brown sugar” ou “Tumblin' dice”?

Basta ver aqueles que foram tocados pelo seu legado, determinante para bandas e nomes tão diversos quanto os Velvet Underground e os AC/DC, Tom Petty e Patti Smith, os Sex Pistols e os Guns N'Roses. Keith Richards, Mick Jagger e Charlie Watts, os fundadores ainda em atividade, Ron Wood, o novato que se juntou à banda em 1974, e Bill Wyman, o antigo baixista que acompanhou de fora as últimas duas décadas, terão perfeita consciência desse peso histórico.

Mas, 50 anos depois, prosseguem como sempre. É só rock'n'roll. E os Rolling Stones continuarão a sê-lo. Como os bluesman em que se inspiraram. Até ao fim.