Azagaia, conhecido pela sua música de intervenção e comprometida com o povo, tem "grande afinidade" com Sérgio Godinho, explicou o músico à Lusa, diferenciando-se do papel intervencionista de Azagaia, mas lembrando que ele também colaborou com músicos rappers.

"Tenho uma costela indireta rapper", disse Sérgio Godinho, à margem do tributo, que teve lugar na Casa Independente, em Lisboa, e que começou uma hora depois do agendado, cerca das 21h30, e cerca de uma hora após o início mantinha dezenas de pessoas na fila para entrar, algumas com símbolos de Moçambique como a bandeira nacional.

O primeiro a subir a palco foi João Afonso, o sobrinho do cantor e compositor Zeca Afonso, agradeceu "o exemplo" de Azagia e declamou um dos versos de Azagaia de 'As mentiras da verdade': "Se eu te dissesse Que a historia que tu estudas tem mentiras Que o teu cérebro é lavado em cada boa nota que tiras Que a revolução não foi feita só com canções e vivas Houve traição, tortura e versões escondidas".

Além de Sérgio Godinho e João Afonso, Valete, Paulo Flores, Maria João e Karyna Gomes foram alguns dos músicos que atuaram no espetáculo, onde também foram divulgados vídeos de Azagaia.

Madgda Buriti, da organização do evento, contou que esgotaram os bilhetes para participar no tributo, reconhecendo que “superou as expectativa” e salientando que a voz “que Azagaia é continua”.

Azagaia morreu a 9 de março, consternando milhares de fãs e sobretudo jovens que se reveem nas suas mensagens.

Depois da morte do rapper, foram organizadas manifestações em homenagem, mas que foram reprimidas pela polícia, o que gerou críticas de organizações nacionais e internacionais.