No palco portuense, Marta Pereira da Costa, na guitarra portuguesa, irá apresentar-se acompanhada por Carlos Leitão (viola e voz), Paulo Paz (contrabaixo), Ricardo Mendes (violino) e Sandra Correia (voz).

Esta é a terceira vez que toca acompanhada por violino, depois das experiências realizadas em março passado, num concerto no auditório Nossa Senhora da Boa Nova, no Monte Estoril, e em agosto, no Casino da Figueira.

“Eu gosto muito da ligação do violino com a guitarra portuguesa, não é uma coisa nova, mas identifiquei-me muito com a sensibilidade do Ricardo Mendes a tocar e já temos feito experiências, daí voltarmos a tocar juntos”, disse, tendo acrescentado que um dos temas que resulta “muito bem”, com os dois instrumentos, é o “Fado Lopes”, de José Lopes.

Neste recital, Marta Costa Pereira irá, entre outras, apresentar três composições de sua autoria “Minha Alma”, “Terra” e “Viagem”.

“Irei também tocar peças das minhas grandes referências, que são Carlos Paredes, Jaime Santos, Armandinho e José Fontes Rocha, que conheci”, acrescentou. “É muito graças a ele [Fontes Rocha] que eu toco com esta alegria e com este empenho, ele transmitia esta paixão pela guitarra portuguesa e pela música, era cativante e aprendi muito com ele, no Clube de Fado”, disse.

De Carlos Paredes irá interpretar, entre outras peças, como “Dança” e “Música Palaciana”, a rapsódia “Lisboa e o Tejo”. “Esta rapsódia abre com uma introdução minha, na sonoridade Carlos Paredes. Pego um pouco nos ‘Verdes Anos’, passo por outros temas seus menos conhecidos e termino novamente com os ‘Verdes Anos’”, explicou.

Sobre a distinção pela Fundação Amália Rodrigues, que irá receber no dia 06 de outubro, em Lisboa, a guitarrista considerou que é "um incentivo para mostrar" a sua paixão pela guitarra portuguesa e, como disse à Lusa, para “melhorar e evoluir”.
“Fiquei felicíssima quando soube, mas ao mesmo tempo um pouco assustada. Não estava de todo à espera de receber [o Prémio] já, mas fiquei contente por repararem no meu trabalho e esforço destes últimos dois anos, mas há muitos guitarristas na praça que tocam muitíssimo bem e têm muita experiência”, afirmou.

A guitarrista toca há treze anos, “mas de uma forma mais séria há cerca de três anos”, desde quando acompanhou o fadista Rodrigo da Costa Félix na gravação do CD “Fado Amor”, editado em 2012. “Quando entrei em estúdio não sabia bem tocar um fado sem ser acompanhada, mas, desde aí, tenho-me aperfeiçoado. O facto de termos feito uma digressão ajudou muito, deu-me experiência. E frequentei cursos”, afirmou.
Desde então tem atuado no Canadá, Estados Unidos, onde foi surpreendida com a distinção da Fundação Amália, Suíça, Espanha, Holanda, entre outros.

Marta Pereira da Costa faz já planos para gravar aquele que será o seu primeio álbum a solo, mas ainda não entrou em estúdio, nem tem datas agendadas. "Quero fazer tudo com muita calma, sem pressas. Quero algo muito bem feito, refletido", concluiu a guitarrista, sem adiantar pormenores

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