A lista de finalistas, hoje divulgada pela Fundação Booker Prize no Festival de Hay, no País de Gales, no Reino Unido, é composta por "In a Free State", de Naipaul, Prémio Booker em 1971, "Moon Tiger", de Penelope Lively, distinguido em 1987, "The English Patient", de Michael Ondaatje, vencedor em 1992, "Wolf Hall", de Hilary Mantel, de 2009, e "Lincoln in the Bardo", de George Saunders, premiado no ano passado.

O prémio especial Golden Man Booker foi lançado este ano pela Fundação Booker Prize, para assinalar os seus 50 anos de existência, e distinguir o melhor trabalho de ficção entre os 51 premiados, numa eleição a decorrer na internet.

Os cinco finalistas foram escolhidos por um júri composto pelo escritor e editor Robert McCrum, o poeta Lemn Sissay, a romancista Kamila Shamsie, o locutor e romancista Simon Mayo e o poeta Hollie McNish.

Para definir a lista dos “Golden Five”, cada um deles leu os romances vencedores de cada década e escolheu o que considerou ser o melhor desses dez anos.

A eleição é feita agora pelo público, até 25 de junho, no site oficial do prémio, em www.themanbookerprize.com/vote. Neste endereço, cada livro é apresentado pelo elemento do júri que o escolheu.

O vencedor final será anunciado no dia 8 de julho, durante o Festival Man Booker, no Southbank Center, em Londres, dedicado aos 50 anos do galardão.

"In a Free State", do britânico VS Naipaul, originário de Trinidad - o único galardoado com o Nobel de Literatura (2001), entre os finalistas -, foi editado em Portugal pela D. Quixote, com o título "Num país livre". Congrega histórias de exílio, liberdade e preconceito, características do escritor.

"Moon Tiger", da britânica Penelope Lively, que a antiga Difel publicou como "Uma história do mundo", tem como núcleo a II Guerra Mundial e uma velha professora sobrevivente, que acaba por multiplicar as perspetivas, através de diferentes personagens, que surgem em diferentes épocas, antes de depois do conflito.

A II Guerra Mundial enquadra igualmente "O paciente inglês", do canadiano Michael Ondaatje, celebrizado pelo filme de Anthony Minghella, uma história de amor, que acabou distinguida pelos Óscares, os Globos de Ouro, os prémios Goya e César e pelo Festival de Cinema de Berlim. As Publicações D. Quixote mantêm a obra em catálogo.

O romance histórico "Wolf Hall", da britânica Hillary Mantel, editado em Portugal pela extinta Civilização, é uma ficção sobre a ascensão de Thomas Cromwell, na corte de Henrique VIII. Mantel é a única mulher a ter vencido por duas vezes o Booker - a segunda em 2012, com "Bring up the bodies".

"Lincoln no Bardo" é o primeiro romance do norte-americano George Saunders, que se tem distinguido na escrita de contos e ensaios. Centra-se na morte de um dos filhos de Abrahan Lincoln, para "viver" a depressão do antigo Presidente norte-americano, à margem da sua carreira política. A obra foi editada em Portugal pela Relógio d'Água.

Desde que foi pela primeira vez atribuído, em 1969, o Prémio Man Booker tornou-se o mais importante da literatura de língua inglesa.

O presidente executivo do grupo Man Booker, Luke Ellis, manifestou satisfação por “patrocinar o prémio [Golden] no seu 50.º aniversário e celebrar uma ficção excecional, do último meio século, que permaneça tão relevante e ressonante como sempre”.