Em declarações aos jornalistas, hoje, na apresentação da Ala Álvaro Siza, a presidente Fundação de Serralves, Ana Pinho, salientou que o novo edifício é “um marco” na história da instituição, que vai permitir um aumento de 44 por cento na área de exposição do Museu, tendo representado um investimento de 10 milhões de euros, financiado em cerca de quatro milhões por fundos comunitários.

“O museu merecia mais, merecia ultrapassar as limitações do espaço físico que condicionava o seu crescimento e a sua capacidade de difusão artística, e é isto que nos traz aqui hoje, o que nos levou a tudo fazer para conseguir construir este novo edifício, que constitui um marco na história da Fundação”, explicou Ana Pinho.

Segundo a responsável, a nova ala de Serralves, que recebeu em 1999 cerca de 80 mil visitantes e recebe nos dias de hoje mais de um milhão de visitas por ano, “é também uma merecida homenagem a um dos maiores nomes da Arquitetura, é um projeto magnífico de Álvaro Siza”.

A nova ala do Museu de Serralves, segundo Ana Pinho, dá resposta a duas necessidades da Fundação: “O edifício tem três pisos, dois dedicados a exposições, um à coleção de arte contemporânea de Serralves, que estará assim exposta em permanência de forma dinâmica, e um dedicado à área Arquitetura, que é também um eixo fundamental da Fundação de Serralves”, descreveu.

“Tem também um piso de reservas, o que nos permite continuar a captar coleções e arquivos de forma muito mais eficaz, porque agora temos um espaço onde podemos expor em permanência”, continuou.

Já para Álvaro Siza, este foi um projeto que “correu muito bem” graças a “uma coisa rara, a continuidade de relacionamento entre um arquiteto e um dono de obra. Isso nem mesmo com os papas acontecia”.

O arquiteto, que em colaboração com a Fundação de Serralves projetou em 1999 o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, em 2019 a Casa do Cinema Manoel de Oliveira e, em 2021, a construção da Casa dos Jardineiros e a recuperação da Casa de Serralves, reconheceu algumas dificuldades, mas que acabaram por se revelar uma ajuda, ao longo do processo.

“Sem dificuldades, dúvidas, há um vazio, que é a pior coisa que há para enfrentar um projeto. Esse vazio, realmente não existiu”, considerou.

O sucesso da empreitada deveu-se assim “à rara” relação entre Álvaro Siza e a Fundação. “Houve um relacionamento muito bom", insistiu.

“Os condicionamentos principais [foram] a localização numa área do Parque [de Serralves] classificada com espécies vegetais protegidas, acesso a partir da atual recepção (…) e o acesso alternativo a partir do jardim”, enumerou.

O edifício, que está vazio, vai ser inaugurado na quinta-feira e só vai receber exposições em 2024, abrindo com uma exposição com peças da coleção permanente da Fundação de Serralves e uma mostra relativa à Arquitetura de Álvaro Siza.

A Ala Álvaro Siza tem um total de 4.204 metros quadrados de construção, um aumento de 33 por cento face ao atual Museu, com 1.975 metros quadrados de área expositiva, mais 44% que a área atual.

A área dedicada às reservas terá 1.117 metros quadrados, aumentando a capacidade atual em 75 por cento.