Das 60 canções portuguesas que estiveram a votos, divididas em seis categorias, as mais votadas foram “Amar pelos dois”, (Amor), “Canção do Mar” (Natureza e Estações), “Grândola, Vila Morena” (Liberdade e Paz), “Malhão, malhão” (Canções Populares), “Foi Deus” (Canções de fé) e “A Loja do Mestre André" (Canções infantis), de acordo com informação disponibilizada no site do projeto.
O Cancioneiro da União Europeia é um “projeto sem fins lucrativos lançado por uma organização dinamarquesa sem ligações monetárias à União Europeia”.
“Amar Pelos Dois”, com letra e música de Luísa Sobral, interpretada por Salvador Sobral, foi a canção que deu a Portugal a primeira vitória no Festival Eurovisão da Canção, no ano passado.
“Canção do Mar”, com letra de Frederico de Brito e música de Ferrer Trindade, foi apresentada pela primeira vez por Maria Odete Coutinho, no programa radiofónico "Os Companheiros da Alegria", e gravada em 1953 por Carlos Fernando, acompanhado pelo Conjunto de Mário Simões. O tema foi recriado várias vezes por outros artistas, como o brasileiro Agostinho dos Santos, pela francesa Yvette Giraud, e, mais tarde, na década de 1990, por Dulce Pontes, tendo entrado na banda sonora do filme "A Raiz do Medo" e constituído o genérico da série policial norte-americana "Southland".
“Grândola, Vila Morena”, com letra e música de José Afonso (Zeca Afonso), incluída no álbum “Cantigas do Maio” (1971), é uma das canções que serviu de senha à Revolução de 25 de Abril de 1974. Ao longo dos anos o tema teve várias versões, da banda chilena Aparcoa ao pianista Pascal Comelade, passando pela cantora brasileira Nara Leão, a fadista Amália Rodrigues e a norte-americana Liberation Music Orchestra, da pianista Carla Bley e do contrabaixista Charlie Haden.
“Malhão, Malhão” faz parte do cancioneiro popular da região do Douro Litoral.
“Foi Deus”, com letra e música de Alberto Janes, é um fado celebrizado por Amália Rodrigues.
“A Loja do Mestre André” é uma música tradicional infantil.
“Há mais de 50 anos que nós, os cidadãos europeus, trocamos coisas físicas: carvão, peixe e outros produtos. O intercâmbio cultural, por outro lado, limitou-se até agora ao desporto – Liga dos Campeões – e a um único concurso de música – a Eurovisão. Sentimos que chegou a hora de criarmos um símbolo comum mais duradouro, um livro de canções”, lê-se no site.
Até hoje, estavam escolhidas as canções de 19 dos 28 países da União Europeia, incluindo o Reino Unido, que negoceia a sua saída da comunidade, prevista para março próximo.
As primeiras 102 de um total de 168 canções que irão fazer parte do cancioneiro foram escolhidas por cerca de 35 mil votantes.
As canções que faltam serão votadas, de forma faseada, até fevereiro.
Uma primeira versão do Cancioneiro da União Europeia será publicada “no Dia da Europa, a 9 de maio de 2019”.
“Ainda que a música seja verdadeiramente uma linguagem universal, ler a partitura das 168 músicas impressas no cancioneiro não é culturalmente satisfatório: por isso, as letras serão impressas numa tradução em inglês, bem como nas 24 línguas da União Europeia, lado a lado. Ainda que o inglês seja falado por cerca de 40% da população europeia, todos os cidadãos devem ter a opção de poderem cantar as canções nas línguas nas quais estas foram escritas”, lê-se no ‘site’ da European Union Songbook Association.
As 60 canções portuguesas que estiveram a votos tinham sido nomeadas “por membros da comunidade musical portuguesa - em particular Associação Portuguesa de Educação Musical (APEM), Associação Musical Lisboa Cantat, Instituto de Etnomusicologia Centro de Estudos em Música e Dança e Academia de Música de Lagos”.
A votação decorreu no site do projeto e encerrou a 28 de outubro.
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