
Uma antiga companheira de Sean "Diddy" Combs declarou no julgamento do magnata da música que caiu em desgraça, que ele a obrigava a participar em encontros sexuais com terceiros, num testemunho fundamental para sustentar as acusações do Ministério Público.
Na quinta-feira, o depoimento da mulher, identificada como "Jane", atribuído às testemunhas anónimas e que se pode prolongar por vários dias, corrobora o 'modus operandi' do rapper de 55 anos descrito por outra antiga parceira de Combs, Casandra "Cassie" Ventura, no início do julgamento.
Tanto Jane quanto Ventura são testemunhas-chave no julgamento de "Diddy" Combs, acusado de associação criminosa e tráfico sexual, acusações que, caso seja declarado culpado, podem fazê-lo passar o resto dos seus dias na prisão.
O depoimento de Jane foi precedido por uma advertência do juiz Arun Subramanian ao fundador da editora Bad Boy Records, ameaçando expulsá-lo da sala após ele ter feito contacto visual com membros do júri — um "comportamento totalmente inaceitável" que "não se pode repetir", alertou o magistrado.
As comunicações de qualquer tipo entre o acusado e o júri estão estritamente proibidas.
Jane contou ao júri que, após vários meses de um relacionamento apaixonado com Combs, ele começou a falar sobre as suas fantasias de vê-la a ter relações sexuais com outros homens.
Inicialmente, aceitou para lhe agradar, o que abriu uma "porta que não conseguia mais fechar", tornando-se uma prática habitual no relacionamento, que durou até setembro de 2024, quando ele foi detido, contou.
A descrição do que ela chamou de "noites de hotel" — nas quais Combs, segundo ela, organizava toda a encenação: lingerie provocante, luz ambiente vermelha, consumo de drogas e muito óleo para bebés — coincide exatamente com o relato de Cassie sobre os chamados "freak-offs", ou orgias.
O rapper ajudava-a financeiramente para compensar a falta de dinheiro durante esses períodos, contou.
"O meu sentimento de obrigação começou a surgir pelo facto de que o meu parceiro pagava a minha renda", disse.
O Ministério Público acusa Combs de liderar uma organização criminosa composta por funcionários de elevado escalão e seguranças, que impunham a sua vontade através de atos ilícitos, incluindo sequestros, subornos e incêndios criminosos.
Além de Ventura e Jane, entre as testemunhas estão ex-funcionários da editora do rapper, que o ajudavam a impor a sua autoridade e silenciar as vítimas.
O depoimento de Jane continuará na sexta-feira. O julgamento deve durar pelo menos mais um mês.
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