
A Feira Internacional de Madrid (Ifema) mostra-se confiante em que "será um tempo de reagrupar, reativar e criar novas oportunidades" no certame de arte contemporânea mais importante da Península Ibérica.
O tributo à ARCOmadrid pelos seus 40 anos de vida será central nesta edição, e reunirá "uma seleção de galerias internacionais de topo que acompanharam o caminho da feira desde o seu início", para participar na secção central do certame de 2021.
A próxima edição terá a curadoria de María Inés Rodríguez directora da Tropical Papers e curadora associada de área de arte moderna e contemporânea do Museu de Arte de São Paulo (MASP), no Brasil; Sergio Rubira, diretor de coleções e exposições no Instituto de Arte Moderna de Valencia (IVAM), em Espanha, e historiador de arte e professor da Universidade Complutense de Madrid; e Francesco Stocchi, curador de arte moderna e contemporânea no Museu Boijmans Van Beuningen, em Roterdão, também cocurador da 34.ª Bienal de São Paulo.
"Vamos trabalhar, como sempre, para e com as galerias e os artistas. A feira vai ser flexível, envolvendo e adaptando o necessário para garantir a segurança e sucesso de todas galerias", afirma a Ifema no comunicado hoje divulgado.
De acordo com a Ifema, a homenagem pelas quatro décadas será apresentada como um complemento ao programa de galerias selecionadas pelo comité organizador para o programa geral e da secção Opening, selecionada por Övül Durmusoglu, um crítico de arte e curador independente com base em Berlim, na Alemanha, e Julia Morandeira, uma curadora e investigadora com base em Madrid.
O programa do certame terá ainda o tradicional ARCOmadrid Forum, para comemorar as quatro décadas de existência do certame e partilhar, com profissionais e curadores, a evolução da arte contemporânea.
"A natureza excecional do projeto desse ano fará esforços significativos para incentivar as aquisições [de obras de arte] pelos principais colecionadores e fundações", sublinha a organização.
A Ifema anuncia ainda a abertura de candidaturas para a edição de 2021, até 14 de setembro deste ano, para as galerias interessadas em participar.
Os participantes da edição deste ano da ARCOmadrid, que decorreu em fevereiro - mais de 200 galerias, incluindo 13 portuguesas - manifestaram grande preocupação com o impacto da pandemia covid-19 na atividade do setor da arte contemporânea.
"Esta feira é muito importante para o nosso volume de negócios e também para a nossa visibilidade junto dos clientes", disse Miguel Nabinho, da galeria com o mesmo nome, à agência Lusa, quando o certame abriu, a 26 de fevereiro, na capital espanhola.
Este comerciante de arte considerou ser "natural" que a covid-19 influenciasse o resultado final da feira, porque "as pessoas evitam viajar como antes".
Manuel Santos, da Galeria Filomena Soares, por seu lado, manteve a expectativa de um resultado positivo, à semelhança do galerista Pedro Cera, que garantiu ser a ARCOmadrid "muito importante para as vendas", admitindo um impacto marginal do vírus, em termos de vendas.
Na feira espanhola estiveram este ano 13 empresas portuguesas, comerciantes de arte, o mesmo número de galerias de 2019.
No programa geral do certame participaram a 3+1 Arte Contemporânea, Bruno Múrias, Cristina Guerra Contemporary Art, Filomena Soares, Madragoa, Francisco Fino, Pedro Cera e Vera Cortês, Nuno Centeno e Quadrado Azul; enquanto no programa Diálogos estive a Galeria Miguel Nabinho e, na secção 'Opening', a Lehmann + Silva e a Balcony, uma estreante na ARCOmadrid.
Na altura, a Ifema reforçou as medidas de higiene em vários pontos do recinto onde a feira teve lugar, disponibilizando saboneteiras sanitárias aos participantes e reforçando os serviços de limpeza das instalações, duas medidas de prevenção contra o coronavírus.
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