Vários atores estiveram esta quinta-feira, 10 de março, no palco do Estrela Hall, em Lisboa, a fazerem um apelo para que o espaço, que acolhe desde a década de 1940 a companhia de teatro The Lisbon Players, não seja encerrado.

A Associação de Teatro Inglês The Lisbon Players – a companhia teatral mais antiga da cidade – foi informada, em fevereiro, da “iminente alienação” do quarteirão onde se insere o Estrela Hall (sala de teatro perto da Basílica da Estrela) a um investidor privado.

Maya Booth, Catarina Wallenstein e Simão Cayatte, que além de ator é também realizador, entre outros, contaram hoje a ligação que têm àquele espaço, no qual pisaram pela primeira vez um palco, e àquela companhia de teatro amador.

Celia Williams, da direção da companhia, disse haver agora “duas vias para a sobrevivência do Estrela Hall”.

“Uma é o comprador excluir este edifício [da alienação do quarteirão] e outra a Câmara de Lisboa conseguir reunir condições financeiras para exercer direito de preferência”, referiu.

Em causa está um negócio de 3,5 milhões de euros pela alienação dos terrenos, que abrange o edifício do teatro, todo o antigo hospital britânico, a sede da Ordem dos Economistas e ainda o Cemitério Judaico.

A Câmara de Lisboa anunciou no final de fevereiro que está a “avaliar o interesse” de exercer um direito de preferência para adquirir o chamado quarteirão britânico.

Hoje, na plateia do Estrela Hall estavam outros artistas, com e sem ligação à companhia, como as atrizes Joana Santos, Soraia Chaves e Filomena Cautela, o ator João D’Ávila e o escritor João Tordo.

“Parece-me impossível chegar-se a esta situação de ter que se pedir para que este teatro não feche. Estou aqui para expressar toda a minha solidariedade a este grupo, a este espaço”, afirmou João D’Ávila, que além de ser ator profissional é vizinho do Estrela Hall.