Vladimir Mashkov, um dos mais célebres atores do cinema russo, foi criticado pela própria filha pelo apoio à guerra na Ucrânia.

A também atriz Masha Mashkova, que vive nos EUA com a família, lamentou que o seu pai seja um dos que acredita que a violência seja justificada, num exemplo mediático da divisão familiar provocada pelo conflito.

Apesar das participações secundárias em filmes americanos como "15 Minutos" (2001), "Atrás das Linhas do Inimigo" (2001) ou "Missão Impossível: Operação Fantasma" (2011), além da super-produção televisiva "Rasputin" (2011),  Vladimir Mashkov é uma grande estrela no seu país: entre os prémios conquistados estão dois Nika (o equivalente aos Óscares) e três Golden Eagle Awards (que faz as vezes dos Globos de Ouro americanos).

A popularidade levou-o a ser um dos oradores no grande comício de 18 de março para assinalar o oitavo aniversário da anexação da Crimeia pela Rússia e apoiar a atual "operação militar especial" na Ucrânia.

"Nós somos o povo russo. Nós amamos o nosso país. Nós somos por um mundo sem Nazismo. Nós somos pelo nosso exército. Pelo nosso presidente", disse Mashkov durante o comício onde também falou o presidente Vladimir Putin.

Na segunda-feira, Masha Mashkova criticou a posição do pai.

"O que está a acontecer neste momento é inacreditável... e o facto de que tantos russos, incluindo o meu pai, acham que esta violência tem alguma justificação — parte o meu coração", disse a atriz à CNN.

"Não é nada comparado com que está a acontecer agora ao povo da UCrânia, a morrer", acrescentou.

Masha Mashkova foi ainda interrogada se acreditava que milhões de russos não sabem o que se está a passar por causa da propaganda do Kremlim e do bloqueio infiormativo,

"Falei ontem [domingo] com o meu pai ao telefone e agora acredito nisso, infelizmente, sim", respondeu.

A ENTREVISTA.