Esta é a segunda edição do Prémio Bárbara Virgínia, criado por esta academia para homenagear mulheres do cinema português.

Para a academia, Laura Soveral, 83 anos, representa "um extraordinário exemplo de determinação e profissionalismo para gerações futuras".

Nascida em Angola em 1933, Laura Soveral soma vários prémios pelo trabalho como atriz, em particular no cinema e no teatro, embora também tenha feito ficção para televisão em Portugal e no Brasil.

Estreou-se em 1964 no Grupo Fernando Pessoa, dirigido por João d’Ávila, e quatro anos depois recebeu o Prémio de Melhor Atriz de Cinema pelo então Secretariado Nacional de Informação e pela Casa da Imprensa.

Nos palcos, trabalhou com grupos como o Teatro da Cornucópia, o Teatro Experimental de Cascais, o Novo Grupo/Teatro Aberto e A Barraca e participou em encenações como "O avarento", "A Casa de Bernarda Alba", "O processo de Kafka", "D. Quixote" e "Primavera Negra".

No cinema, destaca-se a interpretação em "Uma abelha na chuva", de Fernando Lopes, a par de "A divina comédia", "Francisca" e "Vale Abraão", todos de Manoel de Oliveira, "Tráfico", de João Botelho" ou "Quaresma", de José Álvaro Morais.

Mais recentemente, Laura Soveral entrou em "Tabu", filme de Miguel Gomes.

Em 2013 recebeu um prémio de carreira da Academia Portuguesa de Cinema.

O júri desta segunda edição do Prémio Barbara Virgínia integrou António-Pedro Vasconcelos, Leonel Vieira, Paulo Trancoso, Luís Lucas e Paulo Pires. Na primeira edição, o galardão foi atribuído à atriz Leonor Silveira.

A Academia Portuguesa de Cinema batizou este prémio com o nome daquela que é considerada a primeira realizadora portuguesa de cinema.

Bárbara Virgínia, nome artístico de Maria de Lourdes Costa, foi atriz, bailarina e locutora de rádio e realizadora de cinema, a primeira mulher em Portugal a assumir essa função. Morreu em março de 2015, aos 92 anos, no Brasil, onde vivia há mais de 50 anos.