Rebel Wilson vai receber mais de 4,5 milhões de dólares australianos de indemnização, um pouco mais de três milhões de euros, mais juros e custos de tribunal, num caso por difamação contra o grupo Bauer Media.
O valor é quatro vezes superior ao anterior recorde na Austrália.
A atriz, conhecida a nível internacional pelos filmes "Um Ritmo Perfeito" e ainda "À Noite no Museu: O Segredo do Faraó" e "Como Ser Solteira", manifestou o seu alívio pelo fim de um longo processo em tribunal e mantém a intenção anteriormente anunciada de doar o dinheiro a instituições de caridade e para apoiar a indústria cinematográfica do país.
O processo envolvia uma série de artigos publicados nas revistas "Woman’s Day" e "Australian Women’s Weekly" que descreviam Rebel Wilson como uma mentirosa patológica sobre a idade, nome real e infância, forjando quase todos os aspetos da sua vida.
A atriz argumentou que os artigos eram falsos e faziam parte de uma longa e sustentada campanha de difamação para a prejudicar que acabou por fazê-la perder dois filmes e oportunidades de trabalho como atriz principal durante dois anos.
Em junho, um júri de seis pessoas concordou e agora surgiu a indemnização histórica.
"Não se é popular durante muito tempo em Hollywood, temos poucos anos até ficarmos fora de moda", disse Rebel Wilson após a vitória.
"Tiraram-me esses dois anos de fazer o que adoro, que é entreter pessoa e fazê-las rir", acrescentou.
No seu veredito, o juiz diz que a dimensão da difamação dos artigos "não tinha precedentes na história da litigação difamatória" na Austrália porque as alegações espalharam-se instantaneamente pela internet na mesma altura em que a comunicação social internacional estava atenta ao sucesso da atriz a seguir à estreia de "Um Ritmo Perfeito 2" em 2015.
Segundo o juiz, um dos artigos, da autoria de uma jornalista premiada, "transmitia a noção de que Ms. Wilson era tão falsa que nada do que diz pode ser levado a sério a não ser que tenha sido corroborado de forma independente. Tal intenção, é evidentemente, muito séria".
Entre outras considerações, ficou apurado que a Bauer Media não investigou corretamente as alegações contra a atriz e as publicou "sabendo que eram falsas" e de uma fonte que exigiu pagamento e anonimato e que, na opinião de um editor [da revista] tinha 'interesses próprios' para a querer prejudicar".
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