O artista Max, Maximiano de Sousa, é “um dos mais internacionais de Portugal” e uma das personalidades “mais representativas” da Madeira, afirmaram esta quinta-feira os presidentes do parlamento e do Governo Regional, na apresentação de uma obra sobre o seu percurso.

"Se a Madeira tivesse de ser representada numa pessoa, essa pessoa seria Max", afirmou o responsável da Assembleia Legislativa da Madeira.

José Manuel Rodrigues falava na sessão de lançamento do livro “Max - percurso e vida artística", da autoria do músico e investigador madeirense Vítor Sardinha, um evento que presidiu.

O presidente da ALM destacou o “forte carisma" de Maximiano de Sousa, "algo com que se nasce", expressando a admiração nutrida pelo artista, que "enchia um palco".

José Manuel Rodrigues argumentou que Max, “com o seu enorme talento e veia humorística, elevou o nome da Madeira nos palcos nacionais e internacionais que, brilhantemente, pisou ao longo da sua carreira”.

Também elogiou “o excelente trabalho de investigação” realizado por Vítor Sardinha.

créditos: Governo Regional da Madeira

Alguns familiares do artista, conhecido pela interpretação de músicas como “Mula da Cooperativa”, “Pomba Branca” e “Noites da Madeira”, marcaram presença neste evento.

Por seu turno, o presidente do Governo Regional considerou que “Max foi um dos artistas mais internacionais de Portugal no século XX”, salientando ter sido um “grande compositor”.

Miguel Albuquerque disse que “uma das suas melhores composições” é a canção sobre o “Porto Santo”, exatamente assim denominada, sublinhando que “é importante continuar a recordar” este artista madeirense.

Esta obra tem a chancela da Direção Regional da Cultura, através da Secretaria Regional de Turismo e Cultura da Madeira.

Max nasceu na Madeira, em 1918. Apaixonado por fado, iniciou a carreira em Lisboa, na década de 1940, atuando com o Conjunto Tony Amaral, em salas como o Clube Americano e o Nina.

Gravou o primeiro disco em 1949, antes de ganhar notoriedade a solo, com a interpretação de fado, canções populares e de caráter humorístico.

Atuou também no teatro de revista, pela primeira vez, em 1952, tendo feito parte do elenco de várias produções.

A popularidade levou-o a palcos de Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, Espanha, Venezuela, além dos Estados Unidos, onde viveu durante alguns anos, tendo chegado a participar num programa dos Irmãos Marx, na NBC.

É autor ou coautor de temas como "Bailinho da Madeira", "Mula da Cooperativa", "Vielas de Alfama", "Nem às Paredes Confesso", "Lamentos".

Destacou-se também na interpretação com temas de outros autores como "A Rosinha dos Limões", "A Júlia Florista" e "Carta de um Soldado".

Trabalhava regularmente com o Conjunto de Guitarras de Raul Nery.

Em 1979, foi homenageado pelo Governo Regional da Madeira num espetáculo.

Max morreu em Lisboa, em 1980.