“Após vários anos de encerramento e alguma hesitação que é conhecida publicamente sobre o uso anterior desta biblioteca, vamos voltar a dar vida a este espaço com um alcance simbólico bastante grande inscrito na história da cidade e da Praça do Marquês”, afirmou Nuno Faria, diretor artístico do Museu da Cidade do Porto.

Nuno Faria, que apresentava o projeto na reunião do executivo que decorreu hoje presencialmente, afirmou que 2021 será o “ano zero de aquecimento do espaço” e em 2022 a Biblioteca Popular de Pedro Ivo ficará “à disposição da comunidade” por intermédio de um concurso de ideias.

“Poderão intervir no espaço e propor projetos, não perdendo alguns conceitos de vista como o de memória, arquivo e comunidade”, afirmou.

O espaço vai reabrir no dia 29 de março com o projeto ‘Rádio Estação’, que permanecerá até dia 15 de maio.

“Até ao final do ano entramos numa espécie de ano zero de reativação deste espaço”, disse, acrescentando que as programações vão ser feitas em “quatro fases” sem “nunca perder a memória do espaço e a sua função original”.

“Sem nunca perder a memória do espaço, a sua função original vamos revisitá-la e recontextualizá-la”, garantiu Nuno Faria.

O curador e programador revelou que, a 17 de maio, o Teatro Municipal do Porto terá “um conjunto de ações com duas residências de artistas performativos”.

Em julho, o espaço receberá “uma extensão da feira do livro revisitando a obra do escritor Pedro Ivo”.

“Até ao final do ano, o departamento do Cinema Batalha fará a apresentação de um filme que documentará este projeto e a envolvente social e populacional”, acrescentou.

A Biblioteca Popular Pedro Ivo foi projetada e executada pelo arquiteto Bernardino Basto Fabião, ao serviço da autarquia, tendo sido inaugurada em janeiro de 1948 no Jardim da Praça Marques do Pombal.

Desde o início, o espaço teve dependência direta da Biblioteca Pública Municipal do Porto, tendo em 1990 sido adaptada para dar origem à biblioteca infantil que esteve em funcionamento no local, até ao início de 2002.

As obras da estação de Metro do Marquês, que se iniciaram em finais de 2001 e início de 2002, levaram ao encerramento do espaço, sendo que a biblioteca infantil foi transferida para as instalações da Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

A Câmara do Porto decidiu resgatar o equipamento para fins culturais, tendo em junho de 2020 realizado beneficiações na área circundante.

Em março de 2021, o espaço foi reabilitado pela empresa municipal Domus Social a partir do projeto arquitetónico original, com a marcação na fachada a partir da tipografia desenhada pelo arquiteto Basto Fabião.