O cante alentejano, classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, vai ser homenageado, na sexta-feira, em Évora, num espetáculo em que participam nove grupos corais e um académico, constituídos por "mestres e aprendizes".

Trata-se da 2.ª edição do "Cantar o Alentejo entre mestres e aprendizes", marcado para a Arena d'Évora, numa organização do Grupo Académico Seistetos, com o apoio da câmara, e integrado nas comemorações dos seus 24 anos de existência e na programação do Mês da Juventude no concelho.

"Pretendemos homenagear o cante alentejano" e promover a sua "aproximação aos jovens e à cidade", afirmou hoje o presidente dos Seistetos, Jorge Lourenço, em declarações à agência Lusa.

No evento, segundo o responsável, vai também ser homenageada a arte chocalheira, "um dos símbolos" do grupo, que foi classificada no ano passado como Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente pela UNESCO.

Jorge Lourenço adiantou que vão atuar no espetáculo "nove grupos corais, seniores e juvenis, mais a prata da casa", o grupo Seistetos, revelando que para o final está prevista a interpretação em conjunto de "uma canção do cancioneiro alentejano".

O cante alentejano, um canto coletivo, sem recurso a instrumentos, foi classificado em 2014 como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

No encontro, participam Alentejo Cantado, Grupo Coral os Mineiros de Aljustrel, Grupo Coral e Etnógrafo "Cantares de Évora", Grupo Os Alentejanos da Damaia, Grupo Coral Feminino e Etnográfico Paz e Unidade de Alcáçovas, Grupo Coral Bafos de Baco, Grupo Coral de Beja, Grupo Coral de Cantares Alentejanos da GNR e o Grupo Coral Juvenil de Aldeia Nova de São Bento.

Os Seisteto vão também promover um arraial académico, no dia 31 deste mês, nas instalações da Universidade de Évora, e o festival de tunas "III Badalo", no dia 02 de abril, na Arena d'Évora, com a participação de quatro tunas.

O Grupo Académico Seistetos "nasceu" em 1992 por iniciativa de seis alunos da Universidade de Évora que decidiram constituir a primeira tuna masculina da academia alentejana.

Em 2002, lançaram o primeiro álbum, com o título "Anda ká k'eu nãtalêjo", tendo sido apresentado, em maio de 2010, o segundo trabalho discográfico do grupo, intitulado "In Taberna".