"Este disco foi produto do confinamento, para bem e para mal. Por um lado não permitiu estarmos em estúdio com contacto direto entre nós os três, mas, por outro lado, permitiu-me explorar outro tipo de coisas por estar a trabalhar em casa. As guitarras foram gravadas em minha casa e isso deu-me tempo para trabalhar com calma, e eles os dois tiveram tempo para gravar as voze?", disse à Lusa o músico Ricardo Pinheiro.

"Nós entrámos em confinamento no final de março e este disco foi escrito nessa altura, e esse sentimento de introspeção está muito presente no disco", acrescentou o músico e compositor.

As vozes do alemão-americano Theo Bleckmann e da brasileira Mônica Salmaso foram gravadas "à distância", e a mistura final e a masterização foram feitas no Atlântico Estúdios, em Oeiras, explica o guitarrista, acrescentando "estar muito satisfeito" com o resultado, mesmo sendo um disco fruto das condicionantes impostas pelo confinamento contra a epidemia global.

"Inicialmente, eu estava a pensar fazer um disco só com guitarra a solo, mas depois achei que a voz ia dar uma outra dimensão à música. Só três temas têm letras: sobre a minha relação com pessoas e com a nossa condição de seres humanos em contacto com a natureza. Retrata muito o meu contacto quotidiano com a natureza, porque vivo isolado na zona de Sintra, e retrata os tempos que vivemos. As composições revelam aspetos muito pessoais, usando as melodias na construção das paisagens musicais", diz ainda Ricardo Pinheiro.

Além de guitarrista de jazz, Ricardo Pinheiro é professor de música e autor de mais de uma dezena de discos e de livros sobre música.

O novo álbum, "sem contrabaixo, sem bateria e sem saxofone", é editado pela norte-americana Inner Circle Music, em parceria com a editora portuguesa AsUR.

O disco, que vai ser publicado até ao final do mês, fica disponível esta semana nas várias plataformas digitais de música.

O álbum, com oito temas, chama-se "'Caruma' porque os meses, os anos e os dias fazem a caruma cair dos pinheiros, e retrata bem a condição humana de que as coisas são passageiras e que as coisas mudam porque há novos ciclos que se vão criando e desenvolvendo durante a vida", mesmo durante uma pandemia.

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