“O projeto de Ângela Rocha, ‘Metade dos Minutos’, foi o selecionado no âmbito do concurso limitado promovido pela Direção-Geral das Artes para representar oficialmente Portugal na exposição ‘Países e Regiões’ na 15.ª Quadrienal de Praga - PQ23”, que decorrerá entre 7 a 18 de junho de 2023, na capital da República Checa, indica a nota.

A DGArtes justificou a escolha da proposta curatorial de Ângela Rocha com a “prioridade” que dá ao “visitante como agente ativo e decisor”.

“Na visão de Futuro pós-pandemia, que propõe, apresenta de forma imersiva a reivindicação do Presente espacial e temporal. O núcleo da proposta incidirá na dimensão tátil, hoje cada vez mais desvalorizada e banalizada na função de ativador de ecrãs”, acrescentou.

Segundo a DGArtes, os projetos curatoriais para a exposição “Países e Regiões” enquadram-se conceptualmente no tema “Visões Raras”, proposto pela PQ23, que convida a imaginar, visualizar, ou até mesmo criar, visões raras do futuro, que aproximem e abram perspetivas de mudança “inspiradoras, visionárias ou prudentes”.

O concurso tem uma dotação orçamental de 198.000 euros, um valor que duplicou em relação à anterior participação portuguesa em Praga, em 2019.

A comissão de apreciação do concurso foi constituída pelos especialistas José Capela, Patrícia Portela e Thomas Walgrave e por Rui Teigão, técnico da DGArtes.

Diplomada em Teatro, no curso de Design de Cena, pela Escola Superior de Teatro e Cinema, Ângela Rocha foi bolseira do Programa Leonardo Da Vinci, em Roma, na Companhia Matéria Viva.

Foi assistente de Cenografia e Figurinos dos Artistas Unidos e assinou trabalhos para encenadores como Gonçalo Waddington, João Pedro Mamede, Maria João Luís, Ricardo Neves-Neves, Teresa Coutinho, Tiago Guedes e Tiago Rodrigues, entre outros.

Participou ainda em diversos festivais, nomeadamente no Festival D´Avignon, com a peça “António e Cleópatra”, de Tiago Rodrigues.

Ângela Rocha é cofundadora do Condomínio - festival de cultura local em espaços habitacionais.

Em 2019, venceu o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) para Melhor Cenografia, pelo espetáculo "Sweet Home Europa", uma produção do Teatro D. Maria II.

Ângela Rocha foi a escolhida de entre os curadores convidados a participar no concurso, anunciados em fevereiro, que incluíam também Filipa Malva (cenógrafa e arquiteta) e a dupla Mariana Sá Nogueira (figurinista) e Vasco Araújo (cenógrafo).

Na última edição da Quadrienal de Praga, em 2019, Portugal esteve representado com o projeto “Windows”, de José Capela, que esteve integrado na secção “Countries”, ocupando pela primeira vez a área central do principal espaço expositivo, considerado o coração do evento desde que foi fundado, em 1967.