O Centro Cultural da Malveira, um investimento de 918 mil euros, é constituído por biblioteca, zona de exposições, espaço multiusos e duas áreas museológicas dedicadas a Amândio Quinto, historiador local, e à atriz Beatriz Costa, natural deste concelho do distrito de Lisboa.

O município quer homenagear a atriz, não só lhe dedicando mais espaço museológico, mas também levando o espólio para a Malveira, vila à qual Beatriz Costa tinha fortes ligações.

Parte do espólio de Beatriz Costa estava até agora exposto na Casa da Cultura D. Pedro V, em Mafra, onde há falta de espaço para mostrar aos visitantes o que está em reserva.

O espólio de Beatriz Costa é composto por objetos de uso pessoal e retrata também a vida da atriz ligada ao cinema, no qual se notabilizou através das personagens de Alice, a costureira de "A Canção de Lisboa", e a lavadeira Gracinda, de "A Aldeia da Roupa Branca".

Entre os objetos de uso pessoal expostos, destacam-se recordações da vida artística, como os sapatos que Carmen Miranda lhe ofereceu, as coleções de burros e de bonecas, alguns deles oferecidos por admiradores, lembranças das viagens que fez pelo mundo e ofertas de amigos e admiradores.

O espólio incorpora ainda uma parte documental, com recortes de publicações periódicas, fotografias e correspondência da atriz, e animações em vídeo.

A casa da cultura fica aberta ao público a partir de quinta-feira, mediante uso de máscara e cumprimento das distâncias mínimas devido à pandemia de COVID-19.

No concelho, foi inaugurado em 1934 o Cine-Teatro Beatriz Costa, na Malveira, que já não existe.

Beatriz Costa, pseudónimo de Beatriz da Conceição, nasceu a 14 de dezembro de 1907 na localidade de Charneca do Milharado, freguesia da Venda do Pinheiro, no mesmo concelho, onde passou os primeiros anos da infância.

A atriz morreu a 15 de abril de 1996, aos 88 anos de idade, num quarto do sexto andar do hotel Tivoli, em Lisboa, e o seu corpo está sepultado no cemitério da Malveira.

O edifício adquirido pelo município a privados foi alvo de obras de reabilitação, integradas no Plano de Regeneração Urbana previsto para a vila, um investimento total de 4,2 milhões de euros.

O projeto de requalificação urbana da Malveira prevê também obras de requalificação do Largo da Feira e da Avenida José Batista Antunes, orçadas em 3,1 milhões de euros, acrescidas de mais 659 mil euros para a remodelação das redes de abastecimento de água e drenagem de águas pluviais aí existentes.

O concurso público foi lançado em dezembro, tendo o município selecionado o empreiteiro e aguarda visto do Tribunal de Contas a autorizar o contrato de adjudicação da empreitada para a poder iniciar.

A empreitada destina-se a requalificar o espaço público do Largo da Feira, incluindo a reabilitação dos equipamentos existentes, o arranjo urbanístico do largo e da sua envolvente a nível da mobilidade, estacionamento, iluminação e mobiliário urbano, e a criação de zonas pedonais, áreas de ensombramento, espaços verdes, um anfiteatro ao ar livre, um quiosque e um parque infantil.

A intervenção engloba também a requalificação da Avenida José Batista Antunes, que vai alterar a mobilidade, o estacionamento, o mobiliário urbano e a iluminação.

A empreitada prevê ainda a remodelação das redes de abastecimento de água e de drenagem de águas residuais.