Entre setembro e junho do próximo ano, a sala L’Aéronef vai ter concertos, conferências, gastronomia e filmes portugueses para “descobrir um país” e “fazer conhecer artistas que não se veem nos palcos franceses”, disse à Lusa Benoît Olla, diretor da L’Aéronef.

“Há ideias erradas sobre Portugal e sobre a sua música. Claro que há um lado tradicional com o fado que todos conhecem, mas há toda uma cena emergente na música - rock, pop, eletro, etc. – que está a renovar esta cultura musical portuguesa e que não é suficientemente conhecida. Há um desconhecimento em França desta cena musical portuguesa que realmente vale a pena”, afirmou Benoît Olla.

Para a programação portuguesa ao longo da temporada foi escolhido o nome “PRT+” e a legenda “Há uma música de Portugal”, um “piscar de olhos ao poema ‘Há uma música do povo’, de Fernando Pessoa”, acrescentou Benoît Olla.

O lançamento da temporada vai realizar-se a 29 e 30 de setembro, em colaboração com a sala lisboeta Musicbox e em parceria com o Comité France Portugal Hauts-de-France.

Para 29 de setembro, está agendada uma conferência sobre “Músicas atuais e emergência artística em Portugal”, na presença de Gonçalo Riscado, cofundador da Cultural Trend Lisbon, empresa gestora do Musicbox, e de Pedro Azevedo, programador daquele espaço.

Depois, vão subir ao palco os portugueses Diron Animal (na foto acima), Moullinex e La Flama Blanca, e os franceses SupaGroovalistic, numa noite “muito festiva, em torno da música electro”.

A 30 de setembro, vai haver ‘stands’ para provar gastronomia portuguesa, fado cantado por Nádia Leirião e folclore da associação Vivências do Minho da cidade de Tourcoing.

Depois, sobem ao palco o projeto portuense HHY & The Macumbas, cujo novo álbum “Beheaded Totem”, vai ser lançado dois dias antes, e Bateu Matou, o projeto recente dos bateristas Quim Albergaria, Riot (Rui Pité) e Ivo Costa, músicos que nos últimos anos têm trabalhado em vários grupos e com outros artistas, dos PAUS aos Buraka Som Sistema, da fadista Caminho a Batida e Sara Tavares.

“A ideia é aliar tradição e modernidade, mostrar não apenas o fado, mas também esta cena emergente e artistas mais conhecidos que merecem ser apresentados aqui em França”, concluiu Benoît Olla.