A programação para 2017 do Teatro Oficina, em Guimarães, apresentada na sexta-feira, assenta em três criações que "ligam" a companhia ao território ao "beberem inspiração" nas "memórias, assombrações e temas escondidos" da cidade, o que torna A Oficina numa "plataforma flutuante" de "todas as profanidades" do território.

"Todas as criações de 2017 serão trabalhadas em imersão completa na malha da cidade e das suas memórias e assombrações - território, cartografia, rede e família serão palavras que, mais tarde ou mais cedo, serão usadas para falar da Companhia de Teatro de Guimarães, de 2017 em diante", disse João Pedro Vaz.

E são três as criações: Festa de Teatro Raul Brandão, Álbum de Família, e o Auto das máscaras.

A primeira, em cena de 08 a 12 de março, vai dar vida a toda a obra teatral de Raul Brandão: "É um corpo teatral relativamente pequeno, nove peças. O que nos propomos fazer é algo tão simples e tão megalómano como a integral do teatro de Raul Brandão", apontou o responsável.

Serão 13 grupos de teatro amador, "metade deles das freguesias", realçou João Pedro Vaz, antigo diretor artístico das Comédias do Minho.

"Todos leram as peças, escolheram e fomos criando um 'puzzle', um programa em conjunto. Mais do que um festival é um projeto de estudo, de análise, sessões de trabalho. Há um contacto com as associações locais feito não no sentido da mera organização de eventos, mas no sentido de trabalhos artísticos, de projetos com profundidade, discussão, análise e um maior desafio a esses grupos", definiu o programador.

Continuando a senda de "envolvência com a história de Guimarães", a segunda criação do Teatro Oficina para 2017 decorre de 08 a 10 de junho e vai estrear-se nos Festivais Gil Vicente.

"Álbum de Família. Apropriando-se do nome de uma das coleções da Muralha, as fotos das famílias de Guimarães", revelou.

"Vamos pegar nos nossos alunos das oficinas e fazer um espetáculo de teatro, dança, 'performance' inspirado naquelas fotografias. Vai ser apresentado no Pátio da Casa da Memória, até parece inventado", disse.

São projetos que, disse, "vão beber às memórias, às assombrações, aos temas escondidos na cidade", assim como a terceira criação do Teatro Oficina para este ano.

"A última criação do ano, em outubro [dias 28 e 29], é uma ideia minha, de querer profanar a coleção de máscaras de José Guimarães, um espólio importantíssimo na cidade e no território e devolvê-la à herança pagã e performativa de onde elas surgiram", explanou João Pedro Vaz.

Esta última criação, Auto das Máscaras, será "um confronto que joga com a autoridade, com memórias escondidas" e terá a participação dos "bravos rapazes de Guimarães", os Nicolinos, e do coro Outra Voz, criado em 2010, a partir da Área de Comunidade da programação da Capital Europeia da Cultura, sendo o único projeto artístico que permaneceu depois de Guimarães 2012.

"Começa cá fora, na rua, apesar de ser inverno, entra pelo museu adentro e acabará na Black box da Plataforma das Artes, num momento de revelação", adiantou.

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