Em conferência de imprensa de apresentação da programação até outubro, Rui Madeira disse ainda que a companhia foi obrigada a alterar “radicalmente” a dramaturgia dos seus espetáculos, e manifestou-se expectante em relação à reação do público face à nova realidade decorrente da pandemia.

“Isto mudou, a expectativa é muito grande”, sublinhou.

No dia 04 de julho, na Pousada da Juventude de Braga, a CTB apresenta “Os Músicos de Bremen, a partir do conto dos Irmãos Grimm, numa adaptação de José Caldas.

“Após o confinamento, achámos por bem recomeçar com um espetáculo para a família, para pais e filhos”, referiu Rui Madeira, vincando que os atores vão sempre subir ao palco com máscara.

Para 17 de julho, a CTB tem marcada a estreia, no Theatro Circo, de “As troianas”, de Eurípides, uma tragédia da cultura clássica grega, que se assume como um testemunho sobre a violência contra mulheres e crianças.

O elenco conta com 20 mulheres, entre as quais a jovem atriz turca Yeliz Balim.

No dia 30, a CTB viaja até Chaves, para apresentar “No alvo”, de Thomas Bernhard, no festival de teatro daquela cidade.

O mês de agosto ficará marcado pelo início dos ensaios de “De algum tempo a esta parte”, de Max Aub, numa encenação do espanhol Ignácio Garcia, com interpretação de Ana Bustorff.

Em setembro, o destaque vai para a estreia nacional, em Braga, da coprodução “Spetrri”, de Ibsen, produção que se estreou em novembro, em Itália.

Dirigida por Rui Madeira, a coprodução reúne atores da CTB e da companhia italiana Akroama.

Em outubro, estreia-se a peça de Max Aub, “De algum tempo a esta parte”, espetáculo que mais tarde será apresentado em Espanha.

O mês assistirá ainda ao início dos ensaios de “Calígula”, de Camus, com encenação do galego Manuel Guede Oliva.

Quanto à formação de públicos, a CTB regista, em julho, a participação na Feira do Livro de Braga, com leituras, documentários e filmes produzidos pelo seu departamento de 'media arts'.

Para outubro, os destaques são a exposição “Enteléquia”, resultado de uma residência artística que o escritor Luís Rosa Lopes tem vindo a desenvolver, e que se assume como uma pesquisa “muito profunda” sobre as árvores históricas de Braga.

Este trabalho dará, posteriormente, origem a um documentário.

Ainda na formação de públicos, a CTB promoverá, também em outubro, uma comunidade de leitura de textos dramáticos que trabalhará sobre a obra de Bernardo Santareno e uma oficina de interpretação, a partir da peça “O pecado de João Agonia”, do mesmo autor, de quem este ano se assinalam os cem anos do nascimento.