Conan Osíris vai representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção, em Telavive, em Israel. "Telemóveis" foi o mais votado na final do Festival da Canção da RTP, que decorreu este sábado, dia 2 de março, na Portimão Arena.
Depois de festejar a vitória em palco, o músico conversou com os jornalistas nos bastidores. Na conferência de imprensa, confessou ter ficado surpreendido por ter recebido a pontuação máxima do júri e do público. "Pois, o rapaz ali estava-me a dizer há bocado que tive bué pontos, mais do que o Salvador. Não sei, não percebo nada disso mas wow. Wow mesmo", disse o cantor.
Em 2017, "Amar pelos Dois", de Luísa e Salvador Sobral, conquistou 22 pontos - 12 votos do júri regional e 10 do público). Já "Telemóveis" somou 24 pontos - 12 pontos (júri) + 12 pontos (público).
"Ainda não estou com nenhum sentimento, estou super insensível ainda. Juro-te, estou. Tomei analgésico por causa do pé. (...) Nunca vai [cair a ficha]. Esqueça isso, chefe", acrescentou, lembrando ainda o bom ambiente que se viveu nos bastidores do Festival da Canção.
Sobre a segunda atuação, depois de vencer o concurso, Conan Osíris salientou a importância de ter conseguido chamar os outros concorrentes ao palco para celebrarem consigo.
“Queria que estivessem ali em cima desde o início da atuação, foi por isso que eu estava a chamá-los, mas pelo menos vieram e isso fez todo o sentido para mim. Nestes dias foi uma cena quase como eu nunca senti, de irmandade, de não competição, uma cena super saudável, desde partilhar truques, chazinhos, dicas”, lembrou.
O cantor disse ainda ter ficado “com pena dos outros”, porque já não vão poder acompanhá-lo em Israel, para onde irá da mesma forma que chegou a Portimão para a final do Festival da Canção.
“Vou como vim aqui, vim a Portimão e vamos ver, não sei se para a semana estou cá”, respondeu, quando questionado se o apoio e o “favoritismo” que lhe é apontado é “uma pressão extra” para ir a Israel.
O conflito israelo-palestiniano e as ameaças de um eventual boicote ao festival são questões para serem analisadas mais tarde, disse.
“As coisas nem sempre são normais, como parecem, nós é que temos de ter alguma capacidade para moldar o que será normal. Ainda estou a estudar as coisas, as possibilidades e as realidades, vou digeri-las e vou prosseguir e ver o que é considerado o real normal para essa situação”, respondeu, questionado sobre o sentimento de ir a um país que vive em confito com os vizinhos palestinianos.
Em entrevista para as redes sociais da Antena 1, Conan Osíris frisou que será difícil apresentar o tema ao vivo em Israel sem qualquer tipo de alteração. "Vai ser a minha facada. Como é que eu vou lidar com isso? Vou ter de aprender a música, vou ter de estudar", gracejou.
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