“A máquina para e outros contos”, de E. M. Forster, autor de “Um Quarto com Vista” e “Passagem para a Índia”, com prefácio de Júlio Henriques, chega às livrarias em fevereiro.

Trata-se de um conjunto de ficções escritas entre 1904 e 1920, que inclui contos como “O Outro Lado da Sebe”, “A Diligência Celestial” e “O Momento Eterno”, que oscilam entre a fantasia e o simbolismo da fábula.

A editora destaca o conto que dá nome ao livro, como sendo um “texto visionário de ficção científica em que Forster prevê certeiramente uma sociedade à mercê de uma gigantesca infraestrutura tecnológica”.

No mês seguinte é editada a correspondência entre a escritora austríaca Ingeborg Bachmann e o poeta Paul Celan, considerados duas das “mentes mais brilhantes” da literatura do século XX.

Esta obra – que viria a inspirar, em 2016, o filme “Die Geträumten”, de Ruth Beckermann - inclui também correspondência trocada entre Paul Celan e Max Frisch, e entre Ingeborg Bachmann e Gisèle Celan-Lestrange.

“Poemas escolhidos”, de Rosario Castellanos, em edição bilingue, é outra das propostas da Antígona para o mês de março, volume que reúne alguns dos melhores poemas da autora mexicana, entre os quais “Kinsey report”, “Valium 10” e “Poesia não és tu”.

Símbolo do feminismo latino-americano, férrea defensora dos índios do Chiapas e destacada intelectual mexicana, Rosário Castellanos deixou uma obra que se repartiu por vários géneros literários, assente na denúncia da discriminação sexual e da segregação racial e social, destaca a editora.

Ainda no mesmo mês, vai ser publicado o romance “Tono-Bungay”, do britânico H. G. Wells, autor de obras como “A guerra dos mundos”, “O homem invisível” ou “A ilha do doutor Moreau”.

Considerada por muitos, entre os quais o escritor D. H. Lawrence, a obra-prima de H. G. Wells, “Tono-Bungay” é a história de uma mistela convertida em elixir e panaceia universal, que restaura a saúde, a beleza e a energia, e de todo o império comercial que nela assenta, uma sátira à mercantilização crescente e à credulidade do mundo, uma obra de comentário social e uma denúncia do capitalismo do século XX e de uma sociedade à deriva, descreve a editora.

Em abril, chegam os “Contos completos” de Graça Pina de Morais, escritora, médica e psicóloga portuguesa, uma coletânea que reflete o “singular percurso dos primeiros textos até à maturidade da autora”.

Na área da não ficção, vai ser editado já este mês o “Dicionário da mitologia grega e romana”, por Pierre Grimal, uma obra publicada originalmente em 1951 e que é hoje uma obra de referência sobre a Antiguidade Clássica, fruto de “um extenso trabalho de inventariação de um dos maiores classicistas franceses”.

Em março, e para assinalar os 40 anos completados em 2019, a Antígona publica em março uma antologia de testemunhos de quem está ou esteve ligado à editora.

No mês seguinte, chega às livrarias “A liberdade é uma luta constante”, seleção de ensaios, entrevistas e discursos da ativista norte-americana Angela Davis sobre as lutas contra a violência de Estado e a opressão em vários pontos do mundo – da Palestina à África do Sul.

Segundo a editora, esta obra é uma reflexão sobre os combates históricos do movimento negro nos EUA, a abolição das prisões e as agressões globais ao ser humano, e “relembra-nos que dar tréguas à injustiça é multiplicar formas de submissão”.

O escritor norte-americano Kenneth Rexroth apresenta em maio os seus “Clássicos revisitados”, numa obra que reúne um conjunto de breves ensaios publicados originalmente na Saturday Review, entre 1965 e 1969, sobre 60 livros que são, para o autor, “documentos essenciais da história da imaginação”.

Ainda na senda dos clássicos, a Antígona vai publicar “Laocoonte ou sobre as fronteiras da pintura e poesia” de G. E. Lessing, uma obra sobre a teoria estética e um clássico sobre a natureza da pintura e da poesia, os seus limites, esferas e especificidades.

“Porquê olhar os animais?”, inédito em Portugal de John Berger, chega às livrarias em maio e é um conjunto de ensaios que explora a degradação da relação entre o homem e a natureza na era do consumismo moderno, e a redução dos animais (outrora no centro da existência humana) à categoria de espetáculo.

Em junho, a Antígona aposta em “Comentários à sociedade do espetáculo”, de Guy Debord, livro complementar de “A sociedade do espetáculo”, do mesmo autor, que consiste numa reflexão sobre a sociedade ocidental dominada pelos media, pela tecnologia e pelas imagens.