Os First Breath After Coma abriram o segundo dia do NOS Primavera Sound, este sábado, numa viagem pelos dois primeiros discos. Com as temperaturas elevadas, o grupo de Leiria cativou festivaleiros no Palco Super Bock através de canções que abrem as portas a um mundo sonhador e poético.

A seguir, os Pond garantiram a primeira enchente do anfiteatro natural do Palco NOS. Às seis da tarde, a banda australiana com ligações aos Tame Impala fez grandes mergulhos pelos seus temas psicadélico-barrocos, numa atuação a inspirar mais regressos.

Pouco antes das sete da tarde, os Whitney trouxeram ao palco Super Bock umas pitadas da sua pop clássica com altos voos na country, soul e rock indie. As canções melancólicas embalaram o público numa tarde perfeita de primavera.

No arranque do concerto, a banda de Chicago revelou que não dormiu durante a noite, prometendo doses de loucura ainda mais elevadas. "No Woman", "Golden Days" e "Dave's Song" entusiasmaram, mas foi com "Polly" que os Whitney conquistaram quem os foi ver - os jovens da primeira fila fechavam os olhos enquanto cantavam aos sete ventos "Oh, no, no, no, no/ If only we were young/ You'd make me feel hung up".

Angel Olsen, tímida mas segura

À hora do jantar, as atenções centraram-se na cantautora Angel Olsen, que apresentou no NOS Primavera Sound o disco do ano passado, "My Woman". Considerada uma das grandes senhoras do folk-rock contemporâneo, a artista norte-americana comprovou mais uma vez que a voz é o seu melhor instrumento e que reflete sem mácula a sua identidade.

A cantora deixou muitos a baloiçar ao som de canções com “Sister” ou "Shut up kiss me", parte de muitas listas de melhores do ano. "High & Wild" e "Windows" também não ficaram de fora.

PRIMAVERA

"Estão a fazer-me corar", atirou Angel no meio das canções, enquanto recebia aplausos e gritos efusivos. E foi num tom meio envergonhado que, canção a canção, acorde a acorde, chegou aos corações do público.

Os Swans de Michael Gira, que passaram pelo Parque da Cidade do Porto em 2013, voltaram este ano, desta vez ao palco . (ponto, antigo ATP), para mostrar “The Glowing Man”, o último disco de estúdio do alinhamento atual da banda que ressurgiu em 2010.

Os nova-ioqruinos viajaram por clássicos experimentais dos anos 1980, mas não esqueceram temas mais recentes, como "My Father Will Guide Me up a Rope to the Sky” ou “The Seer”.

Bon Iver e corações ao alto

Depois de ter cancelado a digressão europeia “por razões pessoais”, Bon Iver (que não permitiu fotografias) foi o grande cabeça de cartaz do segundo dia do NOS Primavera Sound.  O músico norte-americano trouxe na bagagem o disco "22, A Million", editado no ano passado.

O cantautor aqueceu os corações de mais de 20 mil pessoas com temas como "Skinny Love", "33 (GOD)" ou "10 d E A T h b R E a s T". "Adoro esta canção", "Que bonito" ou "Incrível, incrível" foram algumas das reações mais repetidas pelos fãs durante todo o concerto. Houve até gritos histéricos a fazer lembrar uma atuação de uma grande estrela pop - era muita emoção e alguma bebida, certamente.

A festa de Skepta

Skepta, artista urbano britânico, foi o grande vencedor da edição de 2016 do Mercury Prize - David Bowie, Radiohead e The 1975  também estavam nomeados. No NOS Primavera Sound, provou porque é que mereceu ganhar.

PRIMAVERA PRIMAVERA

O músico, que subiu ao palco Super Bock à meia noite menos cinco, apresentou  “Konnichiwa”, disco onde aborda questões relacionadas com o assédio policial e as forças de segurança britânicas.

Durante quase uma hora, o artista fez o público saltar sem parar, com moches sucessivos.

Pista de dança morna

"Mi Mujer", "No", "Time for Us", "El Bandido" ou "Space Is Only Noise If You Can See" foram alguns dos temas que não ficaram de fora do alinhamento do concerto de Nicolas Jaar, já pela noite dentro. Com batidas atrás de batidas, o músico chileno-americano transformou o recinto numa pista de dança, com a energia dos festivaleiros a ter mais pontos baixos do que altos.

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