David Cruz, fundador e um dos dois elementos residentes da companhia, admite à agência Lusa que “a situação é crítica”, depois de vários adiamentos de espetáculos previstos em Ílhavo, Viseu e Mação.
“Estamos à beira da rutura. Perdemos de um momento para o outro 2400 euros que eram o nosso sustento para um mês, mês e meio”, diz, admitindo compreender a atitude das entidades.
“Todos fomos apanhados de surpresa por isto, estamos todos no mesmo barco”.
A Encerrado para Obras apura através dos espetáculos “85% da receita”, daí que o futuro seja imprevisível.
Segundo o músico e ator, a companhia tem “uma pequena reserva para aguentar dois meses”.
“Depois disso, temos de fechar a porta, deixar a casa onde estamos”, no lugar de Figueiras, na freguesia de Milagres, no concelho de Leiria, e “voltar para casa dos pais”.
“É óbvio que não é o que queremos fazer. Mas esta é uma situação que afeta muitos outros artistas nesta situação em Portugal. Há muitas pessoas e muitas famílias que dependem desta atividade e neste momento não o podem fazer”, lembra David Cruz, esperando que o Governo se lembre das companhias que não são subsidiadas.
“Somos uma companhia independente que não vive dos subsídios. Esperemos que o Governo olhe urgentemente para esta situação e faça como na Alemanha, onde a ministra da Cultura já veio a público prometer assistência financeira aos artistas afetados pelos cancelamentos”, defende.
Para continuar a atividade, a Encerrado para Obras tem feito espetáculos online, a partir do Facebook.
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