A Casa da Música, Porto, no arranque da sua segunda década, agendou para 2016 mais de cem concertos, três dezenas deles dedicados à Rússia, numa programação cujo orçamento ronda os três milhões de euros, informou hoje fonte desta instituição.

"Qualquer programação em qualquer parte do mundo é a que é possível. Se me pergunta e à minha equipa se esta programação nos orgulha, a resposta é obviamente que sim. É a que quisemos dentro das circunstâncias em que vivemos e acreditamos inteiramente nela", disse o diretor artístico da Casa da Música, António Jorge Pacheco.

Em 2016, a Casa da Música terá a Rússia como país temático, sendo adotado, simbolicamente, o nome de "Mãe Rússia" para a abordagem temática.

Na apresentação da programação para o próximo ano, que decorreu esta tarde, António Jorge Pacheco disse que, "mais tarde ou mais cedo, teria de ser a Rússia, grande potência da cultura e prodigiosa na música, com inúmeros compositores que são parte integrante da história mundial", a ser a protagonista.

"O que pretendemos é mostrar, da perspetiva mais alargada possível, aquilo que é o património musical russo, desde os dias mais remotos até ao nosso tempo", avançou o diretor, acrescentando que o público "tem aderido à Casa da Música em número crescente, ano após ano".

Depois de apresentar os destaques de 12 meses "intensos" de programação, com mais de uma centena de concertos, e mantendo os festivais emblemáticos desta instituição portuense, António Jorge Pacheco destacou que o artista em residência em 2016, o músico e compositor suíço Heinz Holliger, é "igualmente excelente, quer na composição, quer na direção de orquestra, quer como intérprete do seu instrumento", o oboé.

Sobre o compositor em residência, Georges Aperghis, o diretor da Casa da Música avançou que, em outubro, estreará, pela Orquestra Sinfónica, uma obra encomendada pela Casa da Música ao criador grego, residente em França.

O compositor, produtor e DJ Gabriel Prokofiev, neto de Sergei Prokofiev, que é o artista em associação de 2016, também mereceu destaque por ser, referiu António Jorge Pacheco, "uma figura interessantíssima da cultura contemporânea", por fazer "abordagens diferentes à música".