A BASE Entertainment fundou a BASE Hologram com a intenção de expandir um tipo de espetáculo diferente, que já colocou em palcos reproduções dos cantores Roy Orbison (1936-1988) e Maria Callas (1923-1977). Em 2019, a artista Amy Winehouse (1983-2011) irá igualmente atuar através de holograma.
A imagem da diva da ópera norte-americana de origem grega Maria Callas, que morreu há 41 anos, está em digressão, via holograma, acompanhada por uma orquestra ao vivo, com o espetáculo “Callas in Concert”, que decorre agora na Europa e depois segue para a América.
“Aqueles que adoram Callas e lamentam não ter podido ouvi-la ao vivo – e não acredito que haja muitas pessoas vivas que tenham tido essa experiência – vão ter essa oportunidade”, disse Martin Tudor, presidente executivo da BASE Hologram, citado pelo jornal El País.
No palco não estará a imagem da cantora, mas de uma dupla, que ensaiou coreografias com o diretor de produções de ópera Stephen Wadsworth durante cerca de 12 semanas, para fazer a melhor imitação possível de Callas.
A voz da cantora lírica teve de ser, em paralelo, separada da orquestra que a acompanhava, já que não há gravações de Callas sozinha.
“Eu acho que poderia realmente ser Callas lá em cima [no palco]. As pessoas ao meu lado na audiência estão convencidas de que eram imagens dela”, revelou Wadsworth, citado pelo site Operawire, a propósito da recriação na qual a equipa trabalhou nove meses.
Os espetáculos estrearam-se este ano, com dez concertos, em cidades do Reino Unido, do músico norte-americano Roy Orbison, que morreu em 1988.
No entanto, é preciso recuar até 2012 para encontrar a primeira experiência deste tipo. Nesse ano, no festival Coachella, durante a atuação de Snoop Dogg, foi projetado um holograma do rapper norte-americano Tupac, assassinado em 1996.
No próximo ano, a atenção recairá sobre a cantora britânica Amy Winehouse, que vai estar em digressão na forma de holograma, com espetáculos que visam angariar fundos para a Fundação Amy Winehouse - organização que ajuda pessoas em situações desfavorecidas, nomeadamente aquelas que sofrem de perturbações relacionadas com o abuso de substâncias.
Alguns fãs da artista britânica, que morreu em 2011, criticaram a iniciativa, alegando que Amy não gostava de fama, nem de digressões.
“Se eu ouvisse todas as pessoas bem-intencionadas que dizem que isto é macabro, nunca seria feito nada. Temos de fazer o que é melhor para a família, para a Amy e para a fundação”, disse ao jornal The Guardian Mitch Winehouse, pai da cantora, que está à frente da fundação.
Segundo o responsável da BASE Entertainment, Brian Becker, Amy reúne todos os elementos para “um espetáculo incrível”. E acrescenta: “A música e vida dela estão a ser celebradas em múltiplos meios. Ela é icónica, contemporânea e a música dela apela a todas as gerações. Ela era linda e carismática. E a vida dela foi dramática”.
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